Fisioterapia como ferramenta de superação de limites

Qual é o limite para uma criança amputada por sequela de um tumor ósseo? Qual o limite para um adolescente que teve retinoblastoma (tumor no olho) aos cinco anos de idade? Qual o limite para um jovem com hemofilia que desde criança tem hemartrose (sangramento) no joelho?

Muitas vezes se fala de superação de limites como um ato heróico, no qual um incapacitado faz ou realiza algo que era inalcançável. Não quero abordar os conceitos de limitação e incapacidade, mas refletir sobre o que consideramos ser limite e sobre a percepção do que julgamos ser capazes.

Alguns pais, por precaução ou por querer proteger o filho, criam limites que de certa forma prejudicam a autonomia da criança. E, algumas crianças, criam limites por medo de tentar. A fisioterapia é uma ferramenta muito importante no processo de reabilitação, pois através de exercícios individualizados, a criança percebe mudanças no seu corpo que vão se refletir na sua capacidade funcional. Ela se percebe com mais força muscular, mais resistência, melhor equilíbrio e com melhora nos movimentos de uma forma geral. É nesse momento, em que se sente confiante, que devemos estimular as tentativas: andar de muletas ou sozinho, subir e descer uma escada, correr, andar de bicicleta, participar das aulas de educação física na escola e brincar com os amigos.

As alterações na capacidade funcional devem ser percebidas também pelos pais que podem estimular a criança à uma maior variedade de atividades motoras. Se a criança consegue comer sozinha, isso deve ser estimulado. Se consegue andar de forma independente, não deve ser levada no braço. Se quiser nadar, porque não tentar? Quanto à atividade física, deve-se levar em consideração a aptidão física, o desejo da criança, as condições familiares e os riscos para sua integridade física.

No setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva a interação com o paciente e sua família sobre cuidados e riscos de brincadeiras e atividades físicas é sempre clara e esclarecedora. A proteção e o estímulo devem andar em equilíbrio, para que a criança seja reabilitada, desfrutando da condição que tinha anteriormente, ou se adapte a uma nova realidade.

Cinthia Moreno

Fisioterapeuta - Casa Durval Paiva

CREFITO 83476-F

Por Cinthia Moreno

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