Classe Hospitalar – um encontro com o mundo da leitura e da escrita

É nos momentos de interação entre aluno e professor que são construídos laços afetivos, na busca de atribuir o sentido de aprender e juntos encontrar estratégias para a superação das dificuldades, que contribuem para o desânimo de continuar aprendendo quando se está hospitalizado. Além disso, é relevante ressaltar que o ambiente de aprendizagem não é apenas a escola. O hospital e a Casa de Apoio também podem ser lugares onde muitos conhecimentos podem ser produzidos, inclusive conhecer e envolver-se no mundo da leitura e da escrita.

Como nos diz o escritor Freitas Ortiz “Há, na classe hospitalar, uma proximidade maior entre professor e paciente, a troca de afetividade passa a ter relevância na cognição, por isso às relações assumem um caráter de encontro”. É nessa relação que também é construído o processo de aquisição do conhecimento do mundo, da leitura e da escrita.

Nas Classes hospitalar e domiciliar da Casa Durval Paiva, as práticas de alfabetização e letramento, permeiam a rotina de atividades planejadas e desenvolvidas semanalmente, principalmente nas oficinas de leituras, onde a contação de história é a metodologia utilizada para aprimorar o contato dos alunos com o sistema alfabético, partindo do conhecimento prévio de cada um deles. Tanto para o aluno que já interage com o sistema alfabético, como àqueles que ainda não o conhece, é realizada a partir de atividades lúdicas, a utilização do alfabeto móvel; a exploração de diferentes gêneros textuais; desde roda de leituras, a empréstimos de livros do acervo Viva Leitura - espaço disponível de incentivo à leitura na instituição.

Além disso, o desenho toma forma de fantoche que ganha vida no cenário da imaginação. Dobradura, pinturas, quebra-cabeças, cartões, recortes, colagens, contos, poesias, leituras em voz alta ou silenciosa, individual e em conjunto, passeio terapia, tudo isso, faz parte dos encontros na sala de aula das classes.

A construção do conhecimento envolve inúmeros processos que são indissociáveis para que assim haja a aprendizagem. Esse ato complexo do ensinar e aprender a ler e escrever requer também um olhar aos aspectos afetivos que compreende a formação humana. É na interação com o ambiente letrado, oportunizado nos encontros e nas demais atividades propostas, na interação com a comunidade hospitalar e/ou da Casa de Apoio e a partir da atenção, carinho, respeito e o diálogo que o aprendizado acontece. Sendo um processo contínuo, que contribui na recuperação e nas aspirações de sonhos presentes e futuros de cada criança e adolescente em tratamento médico.

 

Por Sandra Fernandes da Costa - Coordenadora Pedagógica

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