Os desafios das mulheres que fazem parte Geração X

Em meio a vários acontecimentos que marcaram a conjuntura mundial e nacional, nasce a geração X (A geração X é aquela que nasceu entre meados dos anos 60 e início dos anos 80. A geração Y contempla aqueles que nasceram entre o fim dos anos 80 e início dos anos 90, além da geração Z, formada por aqueles que nasceram entre 1992 e 2010).

A década de 80 veio carregada de grandes expectativas. Foi uma época chamada de “década perdida”, dado o acontecimento de várias guerras e um período de intensa estagnação econômica. Ser adolescente nas décadas de 80 e 90 foi vivenciar um mundo onde o desenvolvimento da tecnologia já tinha começado, mas ainda não era extensivo à maioria da população. Muitos tiveram acesso primeiro a um curso de datilografia e depois a um curso de computação, utilizando um monitor de tela preta. Palavras como DOS, mouse com bolinha, capa para computador e proteção de tela faziam parte da linguagem dos adolescentes. Para quem vivia nas áreas rurais, era pior ainda. O telefone estava popularizando-se, mas ainda era artigo de luxo. Vivenciamos o aparecimento dos primeiros celulares, os chamados “tijolões”.

As mulheres da geração X (36 a 56 anos) fazem parte do avanço feminino no mundo do trabalho. Abriram as portas para as novas gerações, enfrentaram e ainda enfrentam o machismo no mundo dos negócios, mas, em compensação, destacam-se muito mais hoje como empreendedoras, administrando empresas e montando seus próprios negócios em diferentes segmentos. Inclusive, estudos apontam as mulheres da geração X como estudiosas e trabalhadoras. Elas beneficiaram-se dos direitos conquistados pelos movimentos nas décadas passadas. É uma geração que viu a internet nascer e crescer entre a população, que procura adaptar-se às novas tecnologias rapidamente e que estão vendo seus filhos desenvolverem-se rodeados de oportunidades e desafios, os quais nunca imaginaram poder existir.

De acordo com um relatório do Fórum Econômico Mundial, a igualdade de gêneros só será possível em 2095, e a disparidade, quando se trata de participação econômica e oportunidades para as mulheres, gira em torno de 60%. O Brasil está em 124º lugar, entre 142 países, no ranking de igualdade de salários. Esse tem sido o grande desafio para os profissionais que atuam com o processo de inclusão produtiva de mulheres socioeconomicamente vulneráveis, mães e familiares acompanhantes de crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas assistidas pela Casa Durval Paiva em Natal/RN, buscando o enfrentamento à pobreza por meio da geração de renda e trabalho.

Usar a tecnologia da informação junto a esse grupo tão vulnerável favorece a relação de proximidade, sobretudo entre mulheres com características tão comuns. Além disso, facilita a troca de conhecimento na área de empreendedorismo (uso de mídias sociais, planilhas financeiras, e-mail e internet), sobretudo entre aquelas inseridas em uma cultura tecnológica urbana. A tecnologia da informação pode proporcionar para essas mulheres da chamada geração X o compartilhamento de conhecimento, habilidades, experiências e informações. Essas relações evidenciadas nos contextos dos cursos profissionais realizados na instituição constituem excelentes oportunidades para empoderamento econômico das famílias assistidas, buscando, assim, um pleno exercício de cidadania.

Por Fabio Ferreira Gestor de TI – Casa Durval Paiva

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