A volta ao trabalho e um novo recomeço

Sabe aquela afirmação: a vida de toda uma família muda, após o diagnóstico de câncer. Ela pode ser uma premissa para a vida de mães, pais, avós, padrastos, madrastas, irmãos e irmãs cuidadores, pois a vida deles é totalmente modificada, se não paralisada, para que possam se dedicar a cuidar de seu ente querido.

Desde os primeiros atendimentos sociais na Casa de Apoio a Criança com Câncer, já conseguimos perceber os novos arranjos familiares que precisam ser criados, delineados e reorganizados. Pais, mães e demais cuidadores que largam os empregos e as atividades, que são geração de fonte de renda, para se dedicarem aos filhos, que precisam encarar um tratamento longo e difícil. 

São situações que impactam, diretamente, na vida de toda família, de forma econômica e social, mas tais questões podem ser temporárias na vida dessas famílias, tudo vai depender do tipo de câncer, do diagnóstico e do rumo que o tratamento oncológico vai tomar.

Para alguns pacientes, após meses de internação, cirurgias, biópsias, exames, intercorrências, o tratamento vai avançando e a luta contra o câncer vai sendo vencida. A tão sonhada volta à normalidade vai se aproximando, a volta ao trabalho é como se fosse um novo recomeço, para aqueles que precisaram parar tudo para vivenciar um tratamento.

Esse recomeço é extremamente importante e esperado por toda a família, pois não é só a questão de voltar a contribuir economicamente, é poder voltar a exercer aquela atividade laboral, que te faz se sentir ativo novamente, útil. Ouvimos isso de muitas mães e pais, que retornaram aos trabalhos e, hoje, puderam voltar a uma rotina que eles tanto desejavam. 

Muitos relatam que essa volta ao trabalho e, consequentemente, à rotina, é repleta de medos e inseguranças, pois o fantasma de uma recaída da doença os acompanha sempre. Contudo, não deixam de destacar, nem um por instante, a felicidade que é poder recomeçar.

Durante o processo de acompanhamento multidisciplinar, a equipe trabalha para o fortalecimento dessas famílias, os incentivando a continuarem buscando meios e mecanismos, para que a jornada e luta pela cura seja o mais leve possível e os recomeços, também, são sonhados e comemorados por todos que os acompanham.

Por Keillha Israely - Assistente Social - CRESS/RN 3592

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