O câncer infantojuvenil e seus impactos na dinâmica familiar

O câncer é a primeira causa de morte, no que se refere a causa de óbitos por doença de 0 a 19 anos (INCA, 2018/2019). Sendo assim, estamos falando de um número crescente e sua constante evolução, o que pede atenção e preparo técnico, para o seu manejo adequado, uma vez que, o processo de investigação ainda acontece de maneira tardia. Desperta a atenção o total de 12 mil novos diagnósticos, a cada ano, com incidência elevada, nas idades entre 4 a 5 anos e um segundo pico, entre 16 e 18 anos, no Brasil. 

Temos a necessidade da manutenção de condições dignas, para o cuidado integral à criança, com ou sem possibilidade de cura, e é essa uma missão da Casa Durval Paiva. É importante ressaltar que, mesmo enferma, a criança possui as mesmas garantias de direitos daquelas saudáveis. Nesse sentido, busca-se oferecer qualidade de vida, como a maneira que o sujeito percebe as influências ao seu redor: culturais, sociais, oportunizando escolhas, sobre o seu futuro e satisfação com a vida. No contexto oncológico, essa última torna-se difícil, uma vez que a criança está enfrentando uma doença ameaçadora da vida.

O paciente e sua família passaram por uma série de adaptações, como a imagem corporal, alterada em decorrência do seu tratamento, com o risco de mudanças momentâneas ou permanentes, o que pode afetar seu planejamento de vida. O adoecimento é marcado como um período carregado de ansiedade, medo, tensão, ruptura de vínculos da criança e também do seu cuidador, que, muitas vezes, sofre por ter que abandonar o seu emprego, o que ameaça à segurança financeira da família, principalmente, se for o provedor.

Sendo assim, a instituição oferece a possibilidade de que essa dor possa ser manifestada em um espaço terapêutico e seguro. O câncer infantil é uma doença em constante crescimento, exige muita pesquisa, em torno de suas causas e tratamentos, até que os novos avanços sejam alcançados, a busca é de ser cada vez melhor por essas crianças. Buscando levar informações ao maior número de pessoas, assim como, promover o diagnóstico precoce, que, atualmente, é a arma mais potente contra o câncer.

Por Ana Kariny Cabral Araújo - Psicóloga Casa Durval Paiva - CRP 17/4665

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