Vivências da atuação do psicólogo na Psico-Oncologia

Ao partilhar vivências de atuação direta, como profissional de psicologia da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva (CDP), compartilhamos a visão da psicologia da saúde, atuando no contexto de saúde e apoio à hospitalização de crianças e adolescentes com doenças hemato-oncológicas.

 O psicólogo participa ativamente do processo de adoecimento, dentre as atribuições, realizando atendimentos aos pacientes e familiares, no processo de investigação diagnóstica, durante o tratamento e depois - óbito ou cura.

Assim, observamos uma dificuldade dos pacientes oncológicos em tratamento pós-quimioterápico, em manutenção ou cura, de inserirem-se ou serem inseridos em atividades esperadas para uma criança/adolescente socializado (em contexto escolar, relações com outras crianças, relações familiares e outros contextos de socialização) e o quanto isso afeta, diretamente, suas percepções de qualidade de vida e do apoio social recebido.

Buscamos possibilitar com que os pacientes e familiares possam melhorar a qualidade diante o tratamento, assim como, oferecer equipe e acolhimento especializado, o fazer do psicólogo reflete-se diretamente na tríade relacional paciente-família-equipe, na comunicação eficaz e no oferecimento de ferramentas de apoio ao desenvolvimento infantil adequado.

Em meio aos atendimentos, demandas de depressão, ansiedade, estresse pós-traumático, dentre outros, há perdas de alguns desses heróis da resistência. Esse processo, por vezes, é muito doloroso, mas, ao tratar o processo de finitude com dignidade, sem obstinação terapêutica, começamos a falar de qualidade de morte, oferecendo um suporte e acolhimento, tanto para os pacientes sobreviventes do câncer, quanto para as famílias que são vítimas dele.

Por Ana Kariny Cabral Araújo - Psicóloga Casa Durval Paiva - CRP 17/4665

Artigos Relacionados