Sandra Fernandes da Costa
Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva
A inclusão, seja ela em espaço educacional ou não, visa compreender e efetivar a participação da diferença humana, respeitando a diversidade cultural e social do indivíduo. Sendo assim, a sala de aula inclusiva, deve ser um espaço onde o aluno é respeitado e estimulado a aprender, de acordo com as suas capacidades singulares.
As classes hospitalar e domiciliar da Casa Durval Paiva são espaços onde o processo de escolarização dos estudantes respeita as limitações impostas pelo câncer e por todo o período de hospitalização, em função do tratamento. Contudo, percebe-se que, ultimamente, em paralelo ao tratamento oncológico, é crescente o número de pacientes que chegam com alguma deficiência ou transtorno associado ao câncer, em seu maior número, com Transtorno do Espectro Autismo, como tem nos mostrado os dados do setor educacional, onde, em 2022, recebemos 05 estudantes nessa condição.
Para atender essa demanda, os professores precisam se debruçar em pesquisas que subsidiem seu fazer, com intervenções pedagógicas, que promovam estratégias e estímulos de aprendizagem adaptadas e flexíveis, adequadas para os estudantes com TEA, na sua singularidade.
Atualmente, podemos destacar a inclusão do aluno J. F., nas atividades da classe domiciliar da Casa Durval Paiva. Ele é um paciente acometido por tumor no Sistema Nervoso Central, assistido pela CDP, desde abril de 2022, é estudante matriculado no 4º ano do ensino fundamental e descobriu o tumor cerebral durante a investigação do transtorno, pois vinha apresentando atraso no seu desenvolvimento global, principalmente, no que diz respeito à sua socialização e algumas estereotipias.
No acolhimento inicial de J.F. na sala de aula, constatou-se a sua dificuldade em estar em meio aos demais alunos, na sala multisseriada. Ele preferia ficar sozinho, em ambientes que não tinham outros alunos. Além disso, não falava e, dificilmente, atendia aos comandos da professora.
Para trabalhar as dificuldades apresentadas por J.F, a professora buscou se aproximar, a partir do que ele gostava de fazer: jogar. Com material concreto ou jogos no computador, ela foi ganhando a confiança e a atenção dele, aos poucos, inserindo-o para participar de atividades coletivas, na intenção de socializá-lo. Atualmente, com pouco mais de um mês de frequência, percebemos avanços significativos de J.F. na sala de aula.
Assim, reforçamos o nosso compromisso com a educação especial e o importante papel na formação e desenvolvimento dos nossos estudantes hospitalizados, no que diz respeito em minimizar as diferenças, e proporcioná-los a inclusão no sistema educacional e reinserção social.