Isabelle Resende
Farmacêutico Casa Durval Paiva
CRF 2541
Para iniciarmos nosso texto, devemos explicar sobre o conceito filosófico da finitude humana, que faz a ligação que caracteriza o estado mais profundo e completo do sentido do nosso ser e é a relação entre a vida e morte, já que há limitação da nossa existência pela morte, assim a finidade humana é decisiva para a compreensão e a avaliação da vida (REGO; PALÁCIOS, 2006).
O farmacêutico, assim como todos os profissionais de saúde, é capacitado para educar e instruir pacientes e familiares no processo de saúde/doença (MARQUES et al., 2017). Porém, é o farmacêutico que mais conhece sobre medicamentos, dose e reações, sendo assim, no processo oncológico, o profissional de farmácia atua tanto no que diz respeito ao uso correto dos medicamentos, como compreende a interação medicamentosa.
Quando um paciente se encontra com um resultado oncológico, o farmacêutico é crucial para garantir o conforto, a qualidade de vida e o suporte adequado tanto para o paciente, quanto para seus familiares (OLIVEIRA; SANTOS, 2022). A oncologia é uma área da medicina que lida com doenças graves e muitas vezes terminais e o farmacêutico desempenha várias funções importantes, podemos citar o manejo da dor e sintomas, desempenha um papel vital na avaliação e no manejo da dor e outros sintomas associados ao câncer e aos tratamentos (RECK et at., 2020).
O farmacêutico colabora com a equipe de cuidados paliativos, na escolha e administração adequada de medicamentos, para controlar os sintomas e promover o bem-estar do paciente (SOUZA et al., 2016). Na educação ao paciente e familiar, o farmacêutico fornece informações sobre os medicamentos prescritos, seus efeitos colaterais e interações possíveis. Isso permite que o paciente e seus familiares tomem decisões informadas sobre o tratamento e compreendam o que esperar em termos de efeitos e resultados (SILVA; OSORIO-DE-CASTRO, 2019).
Outro ponto importante, são os casos mais delicados, no preparo para a passagem, no final da vida, o farmacêutico pode ser parte da equipe, que ajuda a preparar o paciente e a família para o processo de falecimento, porque envolve o fornecimento de medicamentos para aliviar a dor e a ansiedade, além de dar suporte emocional (GOES, 2021).
Assim, podemos concluir, que o farmacêutico desempenha um papel multifacetado e holístico no processo da finitude do paciente oncológico, garantindo que o paciente tenha o melhor conforto possível, tanto físico quanto emocional, durante essa fase delicada da vida. É importante que o farmacêutico trabalhe em conjunto com a equipe médica, de cuidados paliativos e de apoio emocional para fornecer um atendimento completo e compassivo (FREITAS, 2021).
REFERÊNCIAS:
REGO, Sergio; PALÁCIOS, Marisa. A finitude humana e a saúde pública. Cadernos de Saúde Pública, v. 22, p. 1755-1760, 2006.
MARQUES, Ana Emília Formiga et al. Assistência farmacêutica: uma reflexão sobre o papel do farmacêutico na saúde do paciente idoso no brasil. Temas em saúde. Joao Pessoa, v. 17, n. 3, p. 129-146, 2017.
OLIVEIRA, Ana Paula Moreira; DOS SANTOS, Jaqueline Rocha Borges. Atividades e contribuições do farmacêutico no tratamento do paciente oncológico: uma revisão narrativa. 2022.
RECK, Mircéia Stacke Maziero et al. A importância da orientação farmacêutica no manejo da dor oncológica com uso de opióides: relato de experiência. I Simpósio Sul Brasileiro de Oncologia Clínica e Cirúrgica, v. 1, n. 1, 2020.
SOUZA, Maia et al. Atuação do farmacêutico hospitalar na oncologia. Boletim Informativo Geum, v. 7, n. 1, p. 54, 2016.
SILVA, Mario Jorge Sobreira da; OSORIO-DE-CASTRO, Claudia Garcia Serpa. Organização e práticas da assistência farmacêutica em oncologia no âmbito do Sistema Único de Saúde. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 23, 2019.
GOES, Catia. O farmacêutico oncológico e os serviços farmacêuticos na otimização da farmacoterapia. 2021.
FREITAS, Gabriela Thomazelli Rocha. Profissionalismo e humanização nos cuidados paliativos. 2020.