As instituições do Terceiro Setor emergiram, no Brasil e no mundo, a partir de necessidades reais da população, num momento onde o Estado não conseguia dar conta de todas as demandas sociais. Sua natureza referenda organizações que gerenciam recursos privados, em atividades sem fins lucrativos, para a execução de serviços e benefícios públicos. Em sua maioria, tais entidades são fundadas por um grupo de pessoas que lutam por determinada causa e/ou para a resolutividade de uma problemática. Neste movimento também nasce a Casa Durval Paiva com a missão de atender à criança e ao adolescente com câncer e doenças hematológicas crônicas e seus familiares, durante e após o tratamento, buscando a cura, contribuindo para o resgate da cidadania, dignidade e a qualidade de vida.
No atendimento direto a determinados grupos específicos, as áreas de atuação em que entidades do Terceiro Setor têm se inserido são as mais diversas: assistência social, saúde, educação, arte, cultura, meio ambiente, esporte, lazer, dentre tantas outras. Em nosso trabalho, durante seus quase 16 anos de atividades, a Casa Durval Paiva conseguiu até o momento beneficiar 1.279 famílias advindas do estado do Rio Grande do Norte, da Paraíba e do Ceará. Possibilitando a realização do tratamento de forma digna e com toda a assistência necessária. Com esse alcance, cada um de nós consegue perceber as reais contribuições para as demandas da sociedade e para os diversos públicos em situação de vulnerabilidade, que tais instituições têm sido capazes de realizar.
O que cabe aqui discutir é que embora esse trabalho de atendimento e assistência direta já seja extremamente importante, o papel social das instituições do Terceiro Setor precisa ir mais além. E, a exemplo do que aqui ocorre, para que tal movimento aconteça podemos apontar algumas iniciativas capazes de contribuir a construção ou fortalecimento deste papel. Uma delas é o trabalho em redes, nenhum ente ou indivíduo consegue sobreviver sozinho, caso ele se feche a outros atores seu trabalho será enfraquecido, e em pouco tempo desaparecerá. Esse isolamento tem feito com que a maioria das ONGs no país feche as portas com pouco tempo após sua fundação.
Outro ponto crucial é a avaliação contínua dos impactos sociais que o trabalho tem realizado. Interpretando sua função na sociedade e a contribuição concreta para a comunidade em que está inserido, ou para o grupo para qual atua. O terceiro e ultimo ponto é seu o posicionamento estratégico enquanto membro de Conselhos Gestores, Confederações, Fóruns e Frentes Parlamentares, na busca pela interação com outros atores da sociedade, e principalmente pela contribuição política para a superação das desigualdades e a garantia dos direitos.
Após esse percurso, e como retorno ao público alvo, é preciso então unir esforços e aliados, como a formatação de parcerias e apoios, não somente com outras instituições da mesma natureza, mas principalmente com instituições governamentais e privadas. E na prática, todas as ações a serem desenvolvidas precisam estar estreitamente vinculadas à missão da organização, baseadas em projetos que norteiem e fundamentem as atividades, utilizando profissionalismo e metodologias que garantam maior efetividade e eficácia, buscando custos reduzidos, impactos positivos e a qualidade nos atendimentos e serviços prestados à sociedade.
Escrito por Dayanne Medeiros.