O Tumor Ósseo é o crescimento de células anormais no osso. Ele pode ser primário, quando se origina no próprio osso, ou secundário (metastático), quando de origina em outro local do corpo e se propaga para o osso. Os tumores ósseos primários mais comuns em crianças e adolescentes são o Osteossarcoma e o Sarcoma de Ewing.
Esse grupo de tumor é raro na infância. No Brasil, o percentual mediano é de 7% dentre todos os tipos de câncer diagnosticados. Apesar de raro, é um dos tumores que mais pode comprometer a funcionalidade do membro.
Atualmente, com uma melhor tecnologia nos exames, melhores técnicas cirúrgicas, efetividade da quimioterapia e radioterapia e o diagnóstico precoce, melhores resultados são obtidos e isso se reflete no aumento da sobrevida e no aumento das cirurgias de preservação do membro. As amputações são realizadas apenas quando não há possibilidade de preservar o membro e a sua função.
Na realidade dos pacientes atendidos na Casa de Apoio a Criança com câncer Durval Paiva, constatamos que a atuação da Fisioterapia é importante desde o momento do diagnóstico. Os exercícios realizados na fase pré-operatória têm como objetivo a manutenção da força muscular e da amplitude de movimento, além de manter ou melhorar o padrão respiratório. Em caso de tumor nos membros inferiores, dependendo da gravidade, é realizado o treino para caminhar com muletas e assim proteger o membro evitando fraturas e outras complicações. Nos casos de cirurgia ou amputação os objetivos são manter e aumentar a amplitude de movimento, a força muscular, equilíbrio, coordenação e adaptações com órteses ou próteses.
A sessão de tratamento deve ser o mais agradável possível. Com crianças, observamos que os objetivos são alcançados através de jogos e brincadeiras em sessões individuais ou em grupo. Com os adolescentes é fundamental que a conduta seja dinâmica e que eles se sintam motivados. Quanto mais divertida é a sessão, mais colaborativa se torna a criança e o adolescente e isso é fundamental para o sucesso do tratamento.
Outro fator relevante para o tratamento dos tumores ósseos é a atuação em conjunto com uma equipe multidisciplinar que ofereça assistência integral à criança e ao adolescente desde o momento do diagnóstico do câncer, durante o tratamento cirúrgico e/ou quimioterápico e ainda após o tratamento, enquanto houver necessidade. Recuperar funcionalidade e promover qualidade de vida devem ser as principais metas da equipe.
Dessa forma, podemos concluir que para a reabilitação de crianças e adolescentes com tumores ósseos seja eficaz, o Fisioterapeuta deve traçar seus objetivos de acordo com cada caso especificamente. Assim o tratamento será bem direcionado e a reabilitação e o retorno às atividades exercidas antes da cirurgia será o mais precoce possível. Vale ressaltar que a participação e o incentivo da família no processo de reabilitação contribuem de forma muito positiva para a recuperação.
Escrito por Cinthia Moreno – Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva.