Falar sobre cultura é falar sobre complexidade. Cultura é um misto de crenças, costumes, leis, conhecimento, arte, hábitos, tudo aquilo que pode ser adquirido pelo ser humano no seio da sua família, mas também tudo aquilo existente na sociedade em que vive. A cultura popular, por exemplo, leva em consideração as alterações dos aspectos econômicos, administrativos, educativos e sociais.
Ao pesquisarmos sobre a cultura do Rio Grande do Norte, vemos que os artesanatos mais presentes são: Garrafinhas de Tibau e Rendas de Bilro. As Garrafinhas de Tibau são garrafas decorativas com desenhos feitos dentro delas a partir de areias retiradas das dunas locais, como também de argilas, havendo uma mistura de várias tonalidades. As rendas de bilro são rendas utilizadas para enfeitar saídas de banho e enxovais. Esses dois artesanatos exaltam a cultura local, os hábitos e costumes norte-rio-grandenses.
A melhor forma de fazer com que as pessoas se apaixonem por suas raízes e por ser quem são é mostrando a elas de onde vieram, de onde surgiram suas raízes, porque sabendo quem são, poderão explorar mais suas origens e trazer não só mais conhecimento sobre seu povo, como mais riqueza ao seu trabalho.
Nesse contexto, encontra-se o artesanato feito pelas mães da Casa Durval Paiva, onde lidamos com acompanhantes de diversas partes do Rio Grande do Norte, havendo uma mistura cultural, de linguagens e saberes regionais, pois cada uma carrega em si “um pedaço do seu interior” e com ele vem mais cultura popular, o que nos faz adentrar por várias regiões em um só lugar. Dentre toda essa efervescência cultura, em meio ao turbilhão de emoções que as regem, mostramos a essas mulheres que o mais importante em seu artesanato é demonstrar suas particularidades, quem são, suas raízes.
Assim, o artesanato produzido pelas mães/acompanhantes busca o resgate da cultural local, promovendo a construção de conhecimento, incentivando à educação e cidadania de forma cooperativa, respeitando a cultura popular no segmento de arte, cultura e economia solidária, para que assim, possamos incentivar um artesanato que não só resgate a cultura norte-rio-grandense, como também busque o fomento da cultural local.
Por Patrícia Oliveira Araújo
Arte Educadora – Casa Durval Paiva.