Soraya Mendes Guimarães
Assistente Social da Casa Durval Paiva.
CRESS/RN 1249
Os estudos do INCA – Instituto Nacional do Câncer, mostram que Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células, que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Os diferentes tipos de câncer correspondem aos vários tipos de células do corpo. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas. Outras características que diferenciam os diversos tipos de câncer entre si são a velocidade de multiplicação das células e a capacidade de invadir tecidos e órgãos vizinhos ou distantes, conhecida como metástase.
O câncer infanto juvenil não é uma doença prevenível. Apesar de vários estudos apontarem para a existência de potenciais fatores de risco por exposição intrauterina da criança, não existem evidências científicas que deixem clara a associação entre a doença e os fatores ambientais. A prevenção do câncer infantil ainda depende de estudos a longo prazo, sendo assim, o grande desafio atual na abordagem a esse câncer deve ser dado ao diagnóstico precoce e encaminhamento tempestivo para um tratamento oportuno e de qualidade, que possibilite maiores taxas de cura.
Os tipos de câncer infantis mais comuns são: os tumores hematológicos, como as leucemias e linfomas, seguidas pelos tumores sólidos, como os do sistema nervoso central (conhecidos como cerebrais) e os tumores abdominais (neuroblastomas, hepatoblastomas, nefroblastomas), tumores ósseos e os tumores de partes moles (rabdomiossarcomas, sarcomas sinoviais, fibrossarcomas), entre outros.
O que dificulta, em muitos casos, a suspeita e o diagnóstico do câncer nas crianças e nos adolescentes é o fato de sua apresentação clínica ocorrer por meio de sinais e sintomas inespecíficos que são comuns a outras doenças benignas mais frequentes na infância, manifestando-se por sintomas gerais, que não permitem a sua localização, como febre prolongada, vômitos, emagrecimento, sangramentos, adenomegalias generalizadas, dor óssea generalizada e palidez.
Ou, ainda, por intermédio de sinais e sintomas de acometimento mais localizado, como dores de cabeça, alterações da visão, dores abdominais e dores ósseas e nas articulações. Em alguns casos, estas dificuldades levam os pacientes a recorrerem à assistência médica várias vezes no decorrer das semanas, meses, sempre com a mesma queixa ou com o agravamento da situação que os levou a procurar pela primeira vez um serviço de saúde, e o paciente pode ser diagnosticado em condições clínicas desfavoráveis, com muitas complicações que dificultam o tratamento e o seu resultado.
O câncer em crianças e adolescentes apresenta características que o tornam diferente do câncer em adultos. Possui origem, predominantemente, de células embrionárias, curto período de latência e, em geral, crescimento rápido, sendo muito importante, para a obtenção de melhores resultados, a pronta suspeita diagnóstica e o ágil encaminhamento para início de tratamento.
Diante disso, a Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva desenvolve desde 2002 a Campanha do Diagnóstico Precoce que tem como objetivo, através de atividades educativas em parceria com várias instituições públicas e privadas, capacitar profissionais de diversas áreas de atuação e esclarecer a população de maneira geral, através de campanhas publicitárias em todos os meios de comunicação sobre os principais sinais e sintomas do câncer em crianças e adolescentes, alertando para a importância do diagnóstico precoce na obtenção da cura e de um tratamento com menos sequelas e melhor qualidade de vida.