Lady Kelly Farias da Silva
Terapeuta Ocupacional – Casa Durval Paiva
Crefito:14295-TO
Quando vemos uma criança com muita energia, que se diferencia das demais e este comportamento apresenta-se nos mais diferentes contextos, como na escola, em casa ou em qualquer outro lugar, logo pensamos que o erro pode estar nos pais que não souberam educar e dar os limites necessários. Por causa disso, surgem inúmeras críticas. Contudo, na verdade, esse comportamento inquieto pode não ser para chamar somente atenção, e sim o indício de uma síndrome.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) caracteriza-se por problemas de concentração, e quem possui pode apresentar também comportamentos de esquecimento, agitação, distração, hiperatividade, desorganização, impulsividade, dentre outras características que podem atrapalhar algumas atividades consideradas simples, como: vestir-se, comer determinada comida até o fim e prestar atenção em orientações.
Geralmente, manifesta-se antes dos sete anos de idade, que é quando fica visível mais impaciência, comparado às crianças da mesma idade, dificultando o convívio nos mais diferentes ambientes, o que compromete significativamente seu desenvolvimento escolar. Para que a criança diagnosticada com TDHA não passe a fazer uso de medicamentos para controle desses comportamentos precocemente e não seja excluída do convívio social, a Terapia Ocupacional oferece recursos nas perspectivas física, psíquica, social e sensorial para esse público, com o objetivo de trabalhar a inclusão.
Com o intuito de minimizar os sintomas do TDAH, o terapeuta ocupacional incentiva a prática de atividades que estimulem essas crianças a utilizarem habilidades corporais, artísticas e lúdicas, e orienta a escola e a família – parceria fundamental para dar continuidade ao trabalho executado, buscando uma maior organização das ações diárias, visando alcançar a independência do paciente e criação de vínculos.
Na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, alguns pacientes em tratamento têm recebido assistência nessa perspectiva por meio do brincar, que é mais um recurso utilizado pelo Terapeuta Ocupacional, em que a criança tem a oportunidade de criar, recriar e desenvolver alternativas únicas para vivenciar sentimentos de insegurança, medo, angústia e frustrações, evoluindo nos sintomas da síndrome, segurança, autoestima e convívio social.
O tratamento inicia assim que o diagnóstico é fechado, mediante atividades infantis, determinando uma rotina, e também com exercícios de percepção cognitiva para ajudar a constituir regras e limites para as atividades cotidianas, estimulando ainda a atenção e concentração, buscando fazer com esses pacientes tenham uma rotina organizada e inclusiva.