Sandra Fernandes da Costa
Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva
As práticas lúdicas devem ser de permanente implementação nos espaços educacionais, e as Classes Hospitalar e Domiciliar não podem ficar fora desse contexto. Embora os alunos em tratamento contra o câncer estejam vivenciando o adoecimento, é possível utilizar o brinquedo como meio de diversão e aprendizado durante o acompanhamento educacional, concomitante ao tratamento.
Por meio do brincar, seja o aluno criança ou adolescente, ele aprende a concentrar-se, persistir, criar, cooperar com o outro e lidar com o mundo material e com diversas situações como base para o aprendizado. O brincar na perspectiva de resgatar jogos e brincadeiras do passado é uma atividade que oferece lazer mediante a valorização da tradição presente nas brincadeiras da época dos pais.
Por esse motivo, a Classe Domiciliar da Casa Durval Paiva planejou como atividade do projeto de férias trabalhar uma oficina de pipas com os alunos/pacientes da instituição. Na perspectiva não apenas de resgatar uma brincadeira popular, mas também de poder trabalhar áreas do conhecimento voltadas para matemática e história.
A oficina de pipas aconteceu em duas aulas. Na ocasião, os alunos conheceram o material necessário para confeccionar pipas, as medidas geométricas necessárias para fazer a pipa subir, a história da pipa, além do local e forma adequada para desenvolver a brincadeira sem riscos. O passeio terapia é uma atividade que faz parte da rotina do setor de educação da instituição, em que a cada 15 dias os alunos/pacientes saem (mediante liberação médica) para vivenciar fora dos espaços da Casa de Apoio o que é contextualizado na sala de aula.
Sendo assim, para proporcionar um momento em que os alunos tivessem a oportunidade de brincar com o brinquedo por eles construído, foi organizado o passeio terapia para praia de Pirangi/RN, onde eles puderam explorar a prática de brincar empinando pipa, para alguns, pela primeira vez, porque não é comum, nos dias atuais, crianças e adolescentes vivenciarem a soltura de pipas nas suas brincadeiras.
Dessa forma, é possível perceber que um simples passeio terapia para brincar com pipas para os pacientes em tratamento serve para resgatar não apenas valores culturais, mas também uma rotina de atividades que pode ampliar a capacidade de criação e articulação dos alunos por meio de propostas que valorizam a educação em todos os seus aspectos.