Sandra Fernandes da Costa
Coordenadora Pedagógica – Casa Durval Paiva
As ações de lazer com objetivo lúdico, mas também pedagógico, permeiam a rotina de atividades ofertadas aos pacientes em situação de adoecimento, na Casa Durval Paiva, através da Colônia de Férias, planejada para acontecer no mês de férias da escola.
Embora, os alunos estejam vivenciando o adoecimento, é possível utilizar ações de passeio terapia, como meio de lazer, diversão e aprendizado, durante o acompanhamento educacional, concomitante ao tratamento.
Ao visitar novos espaços, fora da rotina médica, o aluno, seja ele criança ou adolescente, torna possível aprender a se concentrar, persistir, criar, cooperar com o outro, lidar com o mundo material e se socializar com diversas situações, que servirão de base para o aprendizado nas mais diversas áreas do conhecimento e na construção da sua autonomia.
A intenção é usar o passeio terapia na perspectiva de observar, também, como os alunos se comportam em atividades de vida diária e, a partir disso, traçar estratégias de intervenção com a equipe multidisciplinar da Casa.
Pensando nisso, o Espaço Educacional da Casa Durval Paiva planejou, como atividade da Colônia de férias, visitar o projeto Ventre de Lona, em São Miguel do Gostoso, a fim de levá-los a participar de uma oficina de malabares e assistir um espetáculo circense. Foi um momento de intensa participação e troca, entre todos os alunos, onde eles construíram o material e depois brincaram.
O Passeio Terapia é uma atividade que faz parte da rotina do setor de educacional da instituição, onde, a cada 15 dias, os alunos/pacientes saem (mediante liberação médica) dos espaços da Casa Durval Paiva, para vivenciar o conteúdo trabalhado na classe hospitalar, sendo assim, é contextualizado o conhecimento mediado em sala de aula.
Diante do exposto, percebe-se a importância do passeio terapia para alunos com câncer, pois, através de uma simples saída do espaço convencional de tratamento, é possível resgatar uma rotina e visitar lugares, muitas vezes ainda não conhecidos por eles. Levando em consideração que a grande maioria dos alunos são originários do interior do Estado.
Assim, busca-se ampliar o conhecimento de mundo dos nossos pacientes e resgatar, não apenas relação de pertencimento do Estado onde moram, mas uma rotina de atividades que, também, possa ampliar a capacidade de criação e articulação dos alunos, através de propostas que valorizam a educação em todos os seus aspectos.