Karina Guedes de Sousa
Cirurgiã dentista – Casa Durval Paiva
CRO/ RN:3145
Pacientes hematológicos apresentam problemas no processo de coagulação do sangue, ou seja, sangram com facilidade e este sangramento pode levar a hemorragias. Devido a isto, os pacientes, em sua grande maioria, relatam que têm medo de escovar os dentes e usar o fio dental, por causa do sangramento que pode ocorrer, negligenciando sua saúde bucal. Normalmente, são pacientes que apresentam gengivite, periodontite e a doença cárie, o que agrava a sua saúde bucal e aumenta o nível de sangramento oral.
É importante lembrar que uma boca saudável, com gengiva saudável e dentes limpos, não sangra, nem mesmo em pacientes hematológicos. Uma realidade oposta ao medo relatado por estes pacientes. E o que poderia está gerando este medo? Quando não é realizado uma escovação adequada e o não uso de fio dental, irá ocorrer o acúmulo de biofilme dental, sujeira proveniente dos restos alimentares, que desencadeia o processo inflamatório nas gengivas. Este processo é caracterizado pelo aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, causando um edema, inchaço, dor, vermelhidão e sangramentos recorrentes.
Episódios de sangramento “espontâneos”, relatados pelos pacientes, durante a escovação dentária e/ou a alimentação, geralmente, levam o paciente a deixar de higienizar os dentes por temor de novos sangramentos. Assim, criando um círculo vicioso que, se autor reforça, leva ao agravamento da doença gengival ou periodontal. Isto é responsável pelo conceito equivocado de que as doenças hemorrágicas hereditárias predispõem ao sangramento gengival “espontâneo”.
A higiene bucal deve sempre ser mantida, mesmo na presença de sangramentos gengivais. Esses sangramentos denunciam a necessidade de melhorias da própria higiene oral e, principalmente, da necessidade da visita a um dentista.
O reforço das medidas de higiene oral, como a escovação e o uso do fio dental, deve ser feito constantemente para todos os pacientes, com adaptações para as diferentes faixas etárias. Um trabalho que envolve desde a educação em saúde oral, ao acompanhamento periódico com intervalos curtos, variando de acordo com a necessidade individual do paciente, para prevenir a necessidade de tratamentos com nível de complexidade maior, como exodontia (extração dentária).
Esse acompanhamento preventivo é realizado na Casa Durval Paiva, tanto em ambiente clínico odontológico, como em ações educativas, realizadas nas classes escolares – domiciliar e hospitalar, por meio do projeto “Educação e Sorriso”.