A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL – 2011

A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL – 2011

A IMPORTÂNCIA DO CIRURGIÃO-DENTISTA NO TRATAMENTO DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL – 2011

Os pacientes oncológicos devem ser examinados pelo cirurgião-dentista tão logo tenham sua doença diagnosticada, e o tratamento odontológico deve ser iniciado preferencialmente antes do tratamento oncológico.

Durante a fase aguda da doença, ou seja, o período de hospitalização, as crianças devem ser atendidas por um cirurgião-dentista especializado em conjunto com a equipe da oncologia pediátrica. No planejamento do tratamento odontológico devemos priorizar a orientação e a demonstração em higiene bucal aos responsáveis das crianças e adequação do meio bucal eliminando fontes de traumas, como aparelhos ortodônticos, dentes e/ou restaurações fraturadas e dentes decíduos (de leite) em fase de esfoliação, para evitar as infecções dentárias e da mucosa bucal.

O acúmulo de placa bacteriana aumenta a severidade das infecções das mucosas além de contribuir para uma inflamação gengival causando sangramentos espontâneos em função de uma possível plaquetopenia (diminuição do número de plaquetas, que são as células responsáveis pela coagulação do sangue).

A orientação sobre a dieta rica em açúcar é muito importante, pois, muitas crianças voltam a se alimentar por mamadeiras por falta de apetite, dificuldade em deglutir ou até mesmo devido a regressões emocionais.

Vários estudos afirmam que alguns episódios sépticos em pacientes neutro pênicos (com defesas baixas) estão relacionados com a microbiota da cavidade bucal e que a intervenção odontológica precoce diminui a frequência e a severidade das complicações bucais decorrentes da terapia antineoplásica (quimioterapia e/ou radioterapia).

A quimioterapia e a radioterapia têm sido muito efetivas na terapêutica oncológica, porém causa vários efeitos colaterais na cavidade bucal, tais como: interrupção da função e integridade dos tecidos bucais, resultando mucosite, gengivite, candidíase, xerostomia, trismo, cárie, osteorradionecrose (falta de cicatrização óssea) e erupções na mucosa. Assim sendo, o tratamento do câncer associado às complicações bucais pode produzir desconforto e dor severa no local, nutrição deficiente, atrasos na administração de dosagens nos tratamentos antineoplásicos, aumento no tempo de hospitalização e dos custos e, em alguns pacientes, infecção generalizada com ameaça de vida.

A presença do cirurgião-dentista na equipe multidisciplinar oncológica é de fundamental importância na prevenção e tratamento de complicações, realizando o exame físico extra e intrabucal, adequando o meio, realizando intervenções odontológicas antes do início do tratamento oncológico, conferindo assim, melhores condições de saúde bucal antes e durante a quimioterapia e radioterapia.

Escrito por Simone Norat.