Falar sobre a mulher e o seu papel na sociedade nos abre precedentes para as constantes mudanças que já foram alcançadas. Sabe-se que a mulher vive em constantes lutas sobre seus direitos e deveres em nossa sociedade, que as batalhas são incessantes para garantir o que lhe é de direito.

Fazendo um recorte e analisando apenas a evolução da mulher dentro das artes, veremos que assim como tudo que deveria lhe ser de direito, na arte não foi diferente. Inicialmente, nas escolas de Belas-Artes, a mulher não era sequer aceita, pois não era classificada com digna em aprender, era apenas designada aos afazeres domésticos e qualquer coisa que a deixasse longe disso, era proibida.

Apenas em 1892, foi que as mulheres conseguiram se matricular regulamente em classes artísticas. Porém, não eram tratadas como tais, não por não possuírem talentos, mas sim por serem classificadas como incapazes de exercer a profissão, por não terem passado pelas academias de Belas-Artes. Mas como se “enquadrar” em algo que antes nem lhes era permitido o acesso a participação?

Hoje, percebe-se que esse quadro já mudou, não tanto quanto deveria, mas as mulheres já possuem acesso aos seus espaços que lhes são de direito. Após muitas batalhas árduas, vemos as mulheres nos mais diversos ambientes, sendo detentora de seus destinos, na busca por aquilo que almejam. E é nessa perspectiva que as atividades desenvolvidas na Casa dos Ofícios do setor de arte da Casa de Apoio são pensadas, a fim de habilitar as mães e acompanhantes dos pacientes oncológicos e hematológicos a aprenderem um novo ofício, dando a essas mulheres a oportunidade de gerarem renda a partir dos seus trabalhos artísticos.

Levando em consideração esses aspectos, é interessante analisar como antes as mulheres não possuíam nem o direito de aprender ou participar de uma aula de arte e dentro de uma instituição como a Casa Durval Paiva, elas não só conseguem desenvolver essas atividades, como possuem um setor dedicado a elas. Isso reforça o quanto a Casa respeita toda a jornada de lutas e conquistas pelas quais as mulheres passam como também, considera de suma importância o seu papel em nossa sociedade. A instituição não só a respeita, como luta por seus direitos e proporciona a elas a oportunidade de uma vida digna.

Por Patrícia Oliveira Araújo

Arte Educadora – Casa Durval Paiva