A saudade dos que ficaram em casa e os impactos no tratamento oncológico

A saudade dos que ficaram em casa e os impactos no tratamento oncológico

A saudade dos que ficaram em casa e os impactos no tratamento oncológico

Keillha Israely

Assistente Social – Casa Durval Paiva

CRESS/RN 3592

Receber o diagnóstico de câncer é uma notícia devastadora, sempre relatada pelas famílias que acolhemos na Casa Durval Paiva. Os impactos causados são apreendidos desde o primeiro atendimento. É o início de um caminho que os pacientes e seus familiares irão percorrer, cheio de dúvidas, medos e angústias, pois não sabem o que os espera no final da caminhada.

Esse processo é mais difícil para aqueles que residem no interior do Estado e até em outros Estados, que precisam se ausentar de suas casas e demais familiares e vir para a capital em busca de tratamento, pois precisam lidar diariamente com a saudade dos que ficaram.

Em diversas intervenções, os pacientes destacam a falta que sentem dos pais, irmãos e demais familiares, e tal situação muitas vezes provoca impactos, dos quais destacamos: sociais, emocionais e psicológicos, que refletem diretamente no tratamento.

A saudade de casa e dos familiares reverbera na vida dos pacientes de diversas formas, muitos acabam não aderindo ao tratamento, se recusam a ficar hospitalizados, a tomar as medicações, passam a apresentar comportamento agressivo, e no nosso cotidiano lidamos diversas vezes com tais fatos. Nesse contexto, é necessário frisarmos que para muitos, dentro do senso comum, podem ser episódios considerados e taxados como: “birra” ou “falta de educação”. Entretanto, muitas vezes trata-se de um pedido de ajuda, diante de todas as mudanças e dificuldades enfrentadas.

Com frequência, precisamos acionar a rede de apoio familiar para se fazer presente mesmo à distância, na busca de minimizar os impactos sofridos por essa ausência e pela saudade provocada.

É nesse momento que a intervenção da equipe multidisciplinar é fundamental a fim de dar suporte ao paciente e seu acompanhante. Pois, o olhar de cada profissional, dentro de sua particularidade, contribui para analisarmos e intervirmos nas demandas apresentadas de forma integrada, vendo o paciente na sua totalidade.