Você já se perguntou quem são os profissionais que atuam no tratamento do câncer infantojuvenil? Talvez não tenha parado para pensar quem é a equipe que faz parte da reabilitação psicossocial desse paciente, que não tem somente a cura como objetivo, mas que leva em consideração a importância de proporcionar melhor qualidade de vida em todos os aspectos, consequentemente, visando menor índice de recidiva e com reduzidas sequelas.
Trata-se de uma equipe de profissionais da área da saúde, que atua paralelo aos atendimentos médicos e as abordagens tradicionais, que incluem cirurgias e tratamento medicamentoso. Essa equipe tem como objetivo contribuir para que o paciente retorne à vida social nos mais diversos contextos, quer seja na família, na escola, no trabalho, após um longo período de tratamento, inúmeras internações, grande insegurança e baixa autoestima, como por exemplo, devido às mudanças na autoimagem, como é o caso da queda de cabelo, que interfere diretamente no fator emocional dos pacientes, dentre outros fatores que contribuem negativamente na evolução de cada caso.
O tratamento integral ainda é um novo modelo terapêutico, já que antes se pensava em sucesso do tratamento simplesmente por manter o paciente vivo, não levando em consideração às possíveis sequelas posteriores às intervenções. Atualmente, entende-se que é possível viver com qualidade em todos os aspectos.
É impossível não citar, quando se fala em equipe multidisciplinar, a importância das casas de apoio para os pacientes e seus familiares, que também necessitam de um cuidado especial, por terem suas rotinas modificadas, inclusive com o afastamento temporário ou até mesmo definitivo do trabalho, como é o caso da Durval Paiva, que acolhe esse público a fim de proporcionar um trabalho de excelência e humanização, resultado esse que se consegue através de profissionais que consideram a complexidade no tratamento de alguns pacientes e que, por isso, possuem um olhar diferenciado, disposto a devolver ao paciente o mínimo de dignidade.
No caso da Casa de Apoio Durval Paiva, especificamente, a equipe é composta por assistentes sociais, pedagogas, técnico em informática e arte educadora que fazem parte do contexto da área da saúde, além de psicóloga, nutricionista, dentistas, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta e farmacêutica, que tem como objetivo preservar, manter, desenvolver e restaurar, assim como, prevenir os possíveis comprometimentos consequentes da doença ou do tratamento, enxergando os pacientes e familiares como seres únicos, levando em consideração seus desejos, para que de fato a qualidade pretendida seja alcançada.
O terapeuta ocupacional na oncologia pediátrica trabalha junto à equipe multidisciplinar, priorizando o cuidar de forma humanizada; busca minimizar o sofrimento independente da fase de tratamento, desde o diagnóstico até os cuidados paliativos. É considerado que o paciente durante essa fase de adoecimento possui sua rotina modificada, as atividades básicas da vida diária como o brincar, estudar, passear e divertir-se, tornam-se secundárias, neste caso, em se tratando de crianças e adolescentes, o brincar torna-se um importante recurso terapêutico, já que é por meio da brincadeira que torna-se possível desenvolver as potencialidades, a capacidade de transformar e criar, proporcionar a sociabilidade com outras crianças, favorecer o desenvolvimento psicomotor e ainda estimular as atividades da vida diária (AVD’s), visando a independência e a autonomia, levando em consideração as limitações físicas e emocionais, ou seja, ressignificando a vida.
A equipe multidisciplinar caminha por uma ponte em direção a um único objetivo: os pacientes e seus acompanhantes, buscando proporcionar o mínimo de qualidade que tanto necessitam, em um momento onde as incertezas e o medo predominam e a equipe está pronta para acolher e minimizar os fatores tanto físicos, quanto emocionais, para que possam, de fato, passar por esta fase da forma mais humanizada possível.
Lady Kelly Farias da Silva
Terapeuta Ocupacional – Casa Durval Paiva
Crefito: 14295-TO