“MEDICAMENTOS NÃO AGEM EM PACIENTES QUE NÃO OS TOMA’’ A Frase do Dr. Charles Everett Koop apresenta bem um grande problema enfrentado todos os dias na oncologia pediátrica, de um modo geral, e em outras áreas que envolvam o uso do medicamento por longos períodos ou cronicamente.
A medida que o comportamento do paciente coincide com as recomendações médicas, ou seja, o grau de cumprimento das medidas terapêuticas indicadas: os horários, a dose e frequência de administração do medicamento, acontece o que chamamos de adesão ao tratamento.
Alguns fatores podem afetar essa adesão ao tratamento, como os problemas socioeconômicos, quando os pacientes não têm condições de comprar as medicações prescritas; ou ainda os problemas relacionados à terapia, que podem provocar dor e trazer efeitos colaterais, levando o paciente a desistir do tratamento. Existem também fatores relacionados ao paciente, por exemplo: este deve ser bastante participativo para o sucesso da terapia, evitando o não cumprimento dos horários das medicações.
Ainda podemos citar os fatores relacionados ao sistema e equipe de saúde, nesse caso, relacionados à dificuldade de acesso aos serviços de saúde pública. Os pacientes que tomam medicação de uso contínuo e, às vezes, controlados como os antibióticos, precisam sempre estar adquirindo uma nova receita para ter acesso às medicações. Junto aos pacientes e acompanhantes da Casa Durval Paiva tentamos identificar qual fator porventura esteja interferindo a não adesão ao tratamento, para buscar soluções.
A presença do farmacêutico nesse processo agrega confiança e desenvolve uma relação que visa beneficiar o paciente para que ele alcance melhor adesão ao tratamento, evitando que outros problemas ocorram. Em muitas situações, o paciente e acompanhante têm muitas dúvidas e incertezas, temores que os levam a abandonar o tratamento, antes mesmo de começá-lo.
Para melhorar a adesão ou para que o paciente venha aceitar o tratamento a ele proposto é importante que o mesmo receba explicações claras e compreenda a base lógica da terapia. Assim, o paciente passa a cooperar e reconhecer que os médicos e outros profissionais de saúde envolvidos no seu tratamento preocupam-se com sua adesão ao plano terapêutico, tornando-se assim mais participativo.
O sucesso para o tratamento do câncer infanto juvenil passa também pela adesão ao tratamento tanto pelo paciente, como de sua família, que pode contar com o apoio de toda equipe multidisciplinar, visando à qualidade de vida e busca da cura sem sequelas.
Escrito por Lianna Karinne Germano Chaves Lopes.