Hoje em dia fala-se muito sobre o empoderamento das mulheres, da sororidade feminina, termos muito utilizados no mundo moderno. Essas palavras “novas” são comumente ouvidas tratando-se do universo feminino e isso vem acontecendo porque as mulheres vêm ganhando um espaço cada vez maior na sociedade, após muitos anos de árduas lutas.
Graças às constantes lutas, as quais as mulheres vêm vencendo, soma-se ao fato de que, gradativamente vêm se discutindo sobre o assunto “mulher e seu espaço na sociedade”, é natural que o empoderamento ganhe cada vez mais força e espaço. A consequência desses fatores faz com que as mulheres procurem gradualmente seu espaço na sociedade, busquem por mais informações e corram atrás dos seus direitos.
Dentro dessa onda de força feminina e de sororidade, encontram-se as mãe e acompanhantes da Casa Durval Paiva, pois ao chegarem à instituição, grande parte ou em sua maioria, as mães e acompanhantes chegam acuadas, fragilizadas, sem ânimo e com o foco no tratamento de seus filhos, mas, ao serem apresentadas a sala de artes da instituição, onde outras mulheres dividem o mesmo ambiente, estas mães passam a compreender que não estão sozinhas, encontram em outras mães, conforto, apoio, uma palavra amiga, a empatia que todos desejam no momento de fragilidade, fazendo com que o sentimento de sororidade nasça em sala, que nada mais é do que a união e aliança entre essas mulheres.
Essa união acaba ajudando na proposta que a sala de artes tem de desenvolver a prática artesanal como forma de Arte Terapia, no sentido de que transforma a sala em um espaço mais agradável, onde elas possam desfocar da doença dos filhos, transformando-se em pessoas cooperativas, pois ao mesmo tempo em que uma mãe dá forças a outra colega, ela se dispõe a ajudá-la a desenvolver o artesanato, mostrando que a mesma também é capaz de desenvolver a atividade.
Dessa forma, o artesanato que antes serviria como uma forma de distração para a doença do filho vira uma atividade que une pessoas, fortalece laços, ajuda no sentimento de pertencimento ao espaço, como também mostra a mãe que ela é capaz sim de ser protagonista do seu próprio destino, empoderando essa mulher. Todos esses fatores contribuem para a autoestima da mulher, mostrando por um lado que ela tem seu valor singular, como também, que a união delas as fazem mais fortes, ajudando assim na dinâmica das atividades e na produção artesanal. Quanto mais à vontade essa mãe/acompanhante estiver mais aperfeiçoado será o seu trabalho, refletindo diretamente na finalização do mesmo.
Patrícia Oliveira Araújo
Arte Educadora – Casa Durval Paiva.