Oriundas da região semiárida nordestina, mais especificamente do Rio Grande do Norte, de municípios com IDH situado entre 0,600 a 0,800, as mães acompanhantes que integram a Casa Durval Paiva são mulheres que, muitas vezes, se desligam de atividades de incremento de renda familiar em razão do afastamento de seus domicílios, dado o longo período exigido para o tratamento pelo qual passam seus filhos. Além disso, numa realidade onde 30% delas são responsáveis pelo sustento da família, tal afastamento implica diretamente na queda brusca das condições socioeconômicas de todo o grupo familiar, aumentando a condição de pobreza.
Levando esses fatores em consideração, a Casa de Apoio viu a necessidade de desenvolver projetos que mudassem a realidade dessas famílias, um deles é o projeto Fazendo Arte, o qual vem sendo realizado em formato de oficinas que abordam diversas técnicas do artesanato, atualmente, vem sendo trabalhada a costura. As atividades desenvolvidas permitem espaços de protagonismo dessas mulheres, ao se descobrirem enquanto detentoras de um novo ofício, resgatando a dignidade ao se inserirem no mercado de trabalho e assim, poderem estabelecer economicamente um novo curso para as suas vidas e de suas famílias.
Quando se inscreveu no projeto a acompanhante M.L. não imaginava o quanto aprenderia. “Eu não conhecia nada de artesanato. Nunca imaginei que eu fosse um dia praticar o artesanato, porque eu só via nos cartazes dos cursos. Eu não entendia o que seria aquilo. Para mim foi uma surpresa muito grande chegar aqui e ter essa oportunidade que a Casa nos dá. Hoje, já estou recebendo muitas encomendas que me ajudam na renda lá de casa. Por conta das aulas, aprendi a fazer as bonecas e recebi uma encomenda para fazer 80 bonecas, fiquei muito feliz”, diz.
O projeto tem proporcionado assim a autonomia dos indivíduos, na perspectiva de ampliar as oportunidades das pessoas mais vulneráveis no caminho do desenvolvimento e promovendo o empoderamento de mulheres para que possam atuar enfaticamente na promoção do desenvolvimento sustentável. Também vem contribuindo para o combate à desigualdade de renda, fomentando a qualificação profissional e inserção das mulheres junto ao mercado formal de trabalho, pois proporciona a inclusão social, econômica e política dos seus indivíduos.
Assim, percebemos que iniciativas empreendedoras como esta, que busca a transformação social, deveria ser disseminada e replicada, contribuindo para melhorar a qualidade de vida e cooperando para erradicar a pobreza, garantindo assim que pessoas alcancem a prosperidade de maneira sustentável.
Patrícia Oliveira Araújo
Arte Educadora – Casa Durval Paiva