O trabalho do Assistente Social inclui-se como atividade chave no atendimento a crianças e adolescentes com câncer. Uma vez que se configura como um profissional apto a atuar em todos os espaços e recantos em que as desigualdades sociais se fizerem presentes, com repercussões no campo dos direitos e garantias fundamentais e na violação de direitos no universo familiar – núcleo da criança e do adolescente – em especial as crianças e adolescentes com câncer e doenças hematológicas crônicas.
Assim, torna-se imprescindível o olhar e a intervenção deste profissional, tendo em vista que sua capacidade de apreender as realidades pelas quais perpassam essas crianças e adolescentes permite a interação entre o profissional e a família, possibilitando observar suas especificidades.
Tendo por base o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) – Lei 8.069/90 que propõe a instauração de uma equipe interprofissional, destacamos a importância da prática do serviço social, representando uma necessidade para o público alvo, a quem se direciona esta Lei. A Casa Durval Paiva contribui nessa perspectiva para o resgate da cidadania e dignidade proporcionando melhor qualidade de vida as crianças e adolescentes cadastradas bem como suas famílias.
O assistente social na casa de apoio exerce em especial, dentre outras atribuições, à função de perito, uma vez que em seu cotidiano desempenha atividades que contribuem para o diagnóstico da realidade vivenciada por cada paciente. Realidade essa diagnosticada, principalmente, durante a realização das visitas domiciliares. Destaca-se ainda o atendimento e o encaminhamento de pacientes para realização de consultas e exames, além de orientações a acompanhantes familiares.
É importante destacar que a atuação do assistente social, nesse contexto, não se dá isoladamente, tendo em vista a vulnerabilidade como se apresentam os pacientes e familiares (em estado de sofrimento, angústia ou aparente passividade), acarretados pela descoberta do diagnóstico de câncer, conflitos familiares ou ausência de políticas públicas que contemplem essas famílias, obrigando a acionar em determinados casos a rede de atendimento do seu município – um dos maiores desafios no exercício profissional, além da análise da realidade social na qual está inserido o público alvo, a criação de intervenções que possam ser executadas mediante todo esse contexto.
Assim, a necessidade de conhecer a realidade dos pacientes para poder intervir, atrelado à devida apropriação das competências e atribuições que regulamenta a profissão (Lei 8.662/93) configura-se como um dos parâmetros que facilitam e possibilitam a dimensão técnico-operativa profissional, ou seja, proporciona a intervenção por meio de instrumentos como entrevistas e visitas domiciliares, impulsionando o assistente social a ser propositivo e criativo, para enfrentar as múltiplas expressões da questão social, que perpassam o núcleo familiar de crianças e adolescentes com câncer.
Escrito por Cícera Katiucia da Silva – Assistente Social – CRESS/RN 3595.