Câncer de boca ou câncer oral é o câncer que afeta os lábios principalmente o lábio inferior e o interior da cavidade oral ou boca. Estima-se, segundo o INCA, para o biênio 2016-2017 que 15.490 novos casos sendo 11.140 em homens e 4.350 em mulheres.
O câncer de boca afeta mais homens acima de quarenta anos. Os fatores de risco para câncer de boca são o tabagismo – segundo a Organização Mundial de Saúde 90% dos pacientes que tiveram câncer de boca eram tabagistas. O índice aumenta de acordo com o consumo. O etilismo, associado ao tabagismo, potencializa o risco ao câncer de boca; vírus HPV, radiação solar, higiene bucal deficiente além da dieta pobre em proteínas e rica em gorduras. Devemos suspeitar de sinais como: lesões que não cicatrizam dentro de 15 dias; manchas esbranquiçadas ou avermelhadas na língua, gengivas, palato (céu da boca), mucosa jugal (bochecha), nódulos (caroços) no pescoço e rouquidão persistente.
Nos casos mais avançados pode acontecer: dificuldade ao mastigar e engolir, dificuldade na fala bem como sensação de entalo na garganta. Deve-se procurar um dentista ou médico para realização do exame completo da boca. Daí a importância como prevenção de se realizar o auto exame da boca, sempre de frente ao espelho, em um ambiente claro examinando todas as partes da cavidade oral. Os fumantes e consumidores de bebida alcoólica devem ter cuidados redobrados.
Próteses dentárias mal adaptadas podem ferir a boca e causar também um câncer de boca, recomenda-se procurar um dentista especialista em prótese, protesista, para que possa planejar corretamente a prótese e assim o paciente não correr o risco. Agricultores expostos a radiação solar têm que se proteger com chapéus de abas largas e com protetores nos lábios principalmente inferiores, onde há maior incidência da luz solar.
Já no público infantil o câncer de boca é considerado raro sendo mais comum as leucemias e linfomas. Os adolescentes devido a iniciação sexual precoce, através do sexo oral podem ser infectados pelo vírus HPV que é o Papiloma Virus Humano e esse vírus pode vir a se transformar em um câncer de boca também chamado HPV bucal, sendo o mais comum o de orofaringe. O HPV bucal é três vezes mais comum em homens do que em mulheres, sendo 80% sexualmente ativos na faixa etária de 15 a 44 anos, que praticam sexo oral com um parceiro do sexo oposto. Não há estudos como se prevenir do HPV bucal, no entanto o uso de preservativos usados corretamente e de forma constante pode servir de barreira para a transmissão do vírus podendo parar a propagação de pessoa para pessoa.
Para saber se é ou não portador do HPV bucal o dentista irá orientar a necessidade de biópsias da lesão antes de quaisquer sintomas que podem parecer um sinal precoce de câncer de orofaringe. Vacinas contra o HPV estão disponíveis no mercado para prevenir o câncer de útero e outros cânceres genitais. É possível que as vacinas de HPV possam também prevenir o câncer bucal já que previnem a infecção inicial dos tipos de HPV que podem causar câncer de orofaringe.
O tratamento do câncer de boca pode ser através de cirurgia e/ou radioterapia, que pode ser isolado ou associado, tendo maior sucesso o câncer de boca que estiver no início, ou seja, com lesões iniciais.
São importantíssimas as visitas regulares ao dentista para prevenção odontológica, pois é papel do dentista examinar não só os dentes como também todas as partes da boca e assim detectar alguma alteração suspeita de um câncer de boca e encaminhar para um serviço especializado. Na Durval Paiva o serviço odontológico orienta não só aos pacientes como também aos seus acompanhantes a realizarem o autoexame da boca e caso notem alguma alteração procurarem imediatamente o serviço para assim serem devidamente esclarecidos e orientados.
Escrito por Simone Norat Campos Dentista – CRO/RN 1784.