Rilvana Campos Câmara
Coordenadora Diagnóstico Precoce – Casa Durval Paiva
O que pensar quando se tem um diagnóstico de câncer? A primeira batalha está em encontrar, ou melhor, fechar um diagnóstico. Uma vez que, a família não consegue de primeira.
Vários fatores dificultam esse “fechamento do diagnóstico”, entre eles, a falta de comprometimento da sociedade, o não conhecimento da gravidade do câncer, a falta de informação sobre o tema abordado, falta de profissionais com especialização, condições socioeconômicas e o medo.
Existem alguns relatos de familiares, acolhidos na Casa Durval Paiva, que procuraram por uma ajuda profissional mais de cinco vezes, que não recebem orientação correta, tomam medicamentos, voltam para casa e não conseguem realizar os exames necessários para o diagnóstico correto.
A demora na autorização do exame é muito grande e isso dificulta o diagnóstico, como também, o início do tratamento. Na rede de regulação, é preciso que os profissionais estejam capacitados sobre o tema, para que regule essa criança para o profissional correto.
Na Casa Durval Paiva, há diversos relatos e diagnósticos tardios, por conta da demora na realização dos exames, no início do tratamento e na continuidade do serviço.
Os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil são muito confundidos com as doenças da infância, então, essas crianças acabam indo mais de 3 vezes ao hospital ou ao posto de saúde, em busca de uma solução. Com isso, foi vista a necessidade de realizar sensibilizações e capacitações com os profissionais que se encontram na linha de frente, para que eles conheçam os sinais de alerta e possam encaminhar esse paciente para o hospital de referência, com todos os exames necessários ou realizados, para que inicie, o mais rápido possível, o tratamento. Pois, segundo dados do INCA, o câncer infantojuvenil tem até 80% de chance de cura, se for diagnosticado precocemente.
Em virtude das dificuldades encontradas e a vontade de mudar esse cenário, a CDP vem trabalhando, junto do setor de diagnóstico precoce, com a disseminação dos sinais e sintomas, desmistificando a palavra câncer, para que ela se torne mais branda e, assim, traga o paciente, o mais rápido possível, para junto do tratamento.