No Brasil, o câncer representa a primeira causa de morte por doença, entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos (8% do total) e a falta de diagnóstico precoce, bem como, de acesso a tratamento especializado fez com que a taxa de mortalidade do câncer infantojuvenil no país atingisse o dobro da verificada em países desenvolvidos, com uma média 43,4 mortes por milhão. Esse patamar permanece estagnado há 20 anos e apresenta disparidades regionais e de raça/cor, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Desiderata.
Atrelado a isso, o impacto da pandemia Covid-19 causou mais problemas nesse atendimento a crianças e adolescentes com câncer. Há relatos de que, em 2020, houve atrasos no encaminhamento de casos suspeitos, cancelamento de procedimentos ou mesmo demora pela procura de tratamento, o que pode diminuir as chances de sobrevida. A mortalidade por câncer é maior entre os adolescentes (51,1/milhão), seguida de crianças de 0 a 4 anos (46,9/ milhão) e nas faixas etárias de 5 a 9 e 10 a 14, os valores são próximos: 37,9 e 37,1 por milhão, respectivamente.
Diante dessa realidade, a Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC) reforça a campanha “Setembro Dourado”, que, além de alertar para os sinais da doença, visa diminuir a taxa de mortalidade, ressaltando a relevância do diagnóstico precoce e o tratamento correto, como fatores essenciais para a cura.
Durante todo o mês, a Casa Durval Paiva preparou um calendário com sensibilizações e capacitações sobre o diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, por meio de lives e presencialmente, mantendo as medidas preventivas de segurança à Covid-19. Essas ações são voltadas para os profissionais de saúde, bem como, a sociedade em geral. O propósito é esclarecer sobre os principais sinais de alerta e os tipos de câncer mais comuns em crianças e adolescentes.
“Nos últimos anos, houve enorme progresso nas terapias para o câncer infantil, contudo, a informação, o diagnóstico e o tratamento contra o câncer não podem parar, pois só assim podemos salvar mais vidas. Esse é um dos objetivos dessa campanha, que busca tornar conhecidos os principais sinais de alerta da doença. Precisamos fazer com que a sociedade tenha isso em mente e se mobilize em torno do diagnóstico precoce, para que nossas crianças e adolescentes se tornem adultos curados e sem sequelas”, destaca Rilder Campos, presidente da Casa Durval Paiva.
Ainda de acordo com o INCA, no Rio Grande do Norte, o número de novos casos chega a 130, por ano. Destes, ainda há muitos casos que são encaminhados aos hospitais de referência em estágio avançado ou são subnotificados.
Os principais sinais e sintomas do câncer infantojuvenil são: dores ou aumento na barriga; palidez repentina; manchas roxas pelo corpo; dores nos ossos; ínguas ou nódulos, principalmente nas axilas, pescoço e virilha; perda de peso; mancha branca na pupila (reflexo de olho de gato); dores de cabeça; náuseas e vômitos, acompanhados de dores de cabeça; convulsões; alteração na fala e no andar; dores nos ossos – não relacionadas a fraturas, quedas e traumas; nódulos na cabeça, pescoço, braços e pernas; sangramentos em geral e fraqueza. Vale ressaltar que estes sinais e sintomas não significam que a criança ou o adolescente tem câncer, mas os responsáveis devem estar alertas ao fato de que a criança não inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para avaliação.
Todas as datas e ações programadas pela Casa Durval Paiva serão disponibilizadas nas redes sociais (@casadurvalpaiva) e site da instituição www.casadurvalpaiva.org.br. Acompanhe, dissemine e ajude a salvar vidas!