Rilvana Campos Câmara
Coordenadora do diagnóstico infantojuvenil – Casa Durval Paiva
O câncer infantojuvenil é considerado uma doença rara, sendo a principal causa de morte, por doença, em crianças de 0 a 19 anos de idade. Uma criança, ao chegar num processo terminal, é porque não existe mais nenhuma possibilidade de cura, mas existe uma grande possibilidade de cuidar, entrando, assim, nos cuidados paliativos.
Cuidados paliativos, segundo a OMS, são ações voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e familiares, que enfrentam problemas associados com doenças que ameaçam a vida, através da prevenção e alívio do sofrimento. São cuidados que se baseiam nas necessidades do cuidar e não no prognóstico do paciente.
O câncer já é uma doença que traz um estigma de medo, tanto no adulto, quanto na criança. Então, esse cuidado requer muita atenção, porque estamos lidando com a vida. Vida essa que está fragilizada, sofrida e sem possibilidade de cura. Tornando, assim, a morte, seu antagonista, um processo doloroso, tanto para a criança, quanto para a família. Principalmente, pelo medo da perda e o desconhecido.
Apesar do índice de cura do câncer infantojuvenil ser de 80%, ainda temos muitos diagnósticos tardios, o que causa uma grande influência nesses índices de sobrevida, pela não procura por assistência à saúde e pela precariedade dos serviços ofertados.
A assistência paliativa representa um grande desafio para o enfermeiro e para a equipe multidisciplinar, que trata diretamente com o paciente e sua família, eles devem ter um olhar sensível, para reconhecer o momento quando o curar deixa de existir e o momento do cuidar deve prevalecer. Promovendo a esse familiar e ao paciente, um momento de aproximação, explicando a ele sobre a importância de estar junto, prevalecendo e resgatando suas crenças, que é um processo natural e inevitável, que o importante é amenizar as dores e ajudar a criança a morrer com dignidade.
A Casa Durval Paiva não foge desse contexto, ela tem uma equipe multidisciplinar, que trabalha em conjunto com a criança, família e hospital, dando esse suporte, amenizando as dores do corpo e da alma, para que essa criança tenha uma passagem regada de amor, sem dores e sofrimentos.
Promovendo um cuidado centrado na criança, em situação terminal, estabelecendo uma comunicação entre pais, promovendo a saúde, com uma assistência integral.