O termo “cuidados paliativos” vem sendo discutido e ganhando destaque nos últimos anos, porém, a odontologia ainda é pouco divulgada nesse contexto.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em conceito definido em 1990 e atualizado em 2002, “Cuidados Paliativos consistem na assistência promovida por uma equipe multidisciplinar, que objetiva a melhoria da qualidade de vida do paciente e seus familiares, diante de uma doença que ameace a vida, por meio da prevenção e alívio do sofrimento, da identificação precoce, avaliação impecável e tratamento de dor e demais sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais”.
A atuação do cirurgião-dentista (CD) está incluída dentro da equipe multidisciplinar, contudo, desconhecida por vezes por profissionais de saúde, por achar que a intervenção da odontologia pode agravar o estado de saúde em um paciente terminal, refletindo o desconhecimento das potencialidades da odontologia: trabalhar em conjunto com outros membros tendo como foco o cuidado, oferecer aos pacientes e seus entes queridos a melhor qualidade possível de vida – a despeito do estágio de uma doença, ou a necessidade de outros tratamentos.
O verbo paliar, do latim palliare, pallium, significa em seu modo mais abrangente, proteger, cobrir com capa. Em odontologia, o cuidado paliativo pode ser definido como o manejo de pacientes com doenças progressivas ou avançadas, devido ao comprometimento da cavidade oral pela doença ou seu tratamento, direta ou indiretamente.
É importante avaliar a capacidade que o paciente tem de se cuidar, a fim de desenvolver alternativas para melhorar a escovação dos dentes, incluindo indicações especificas de escova dental, pastas e colutórios (medicamentos líquidos utilizados em gargarejos, para a higiene das mucosas da boca ou para tratamento das gengivas) que devem ser fornecidos ao paciente e ao seu cuidador. Muitas vezes, não é possível realizar o tratamento odontológico convencional, mas é de fundamental importância que o paciente e seus familiares sintam que todos os esforços continuam sendo feitos em seu favor.
Cuidados paliativos específicos são requeridos ao paciente nas últimas semanas ou nos últimos seis meses de vida, no momento em que se torna claro que o paciente encontra-se em estado progressivo de declínio. Todo o esforço é feito para que o mesmo permaneça autônomo, com preservação de seu autocuidado e próximo de seus entes queridos. Os cuidados ao fim de vida referem-se, em geral, aos últimos dias ou últimas 72 horas de vida.
Os pacientes da Durval Paiva recebem o atendimento odontológico hospitalar desde o inicio do tratamento, nas recidivas e quando entram em tratamento paliativo, ou seja, fora de possibilidade terapêutica, oferecendo conforto e suporte aos familiares.
Algumas situações em que a odontologia pode contribuir para a melhoria na qualidade de vida de pacientes terminais são: na prevenção e tratamento de focos infecciosos oportunistas em boca; prevenção e tratamento de efeitos colaterais advindos da quimioterapia e/ou radioterapia de cabeça e pescoço, com destaque para mucosite e xerostomia(boca seca); controle dos quadros de sangramento bucal; remoção de dentes decíduos em esfoliação, prevenindo uma aspiração do mesmo; prevenção e tratamento das feridas orais; alívio das dores oro faciais; auxílio aos pacientes, familiares e cuidadores na realização de higiene bucal de rotina de forma delicada e eficiente, evitando as complicações relacionadas a higiene inadequada (como cárie, alterações na gengiva e pneumonias aspirativas).
Fonte:
http://www2.inca.gov.br/wps/
Aguiar.M.C. Cuidados Paliativos em Odontologia
https://www.portaleducacao.
Por Simone Norat Campos
Dentista – Casa Durval Paiva
CRO/RN 1784