O câncer em crianças e adolescentes é considerado raro, quando comparado com os tumores que afetam os adultos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), aproximadamente 3% dos casos acometem esse público, mas o diagnóstico causa um grande impacto alterando a rotina da família – vários exames são realizados, há submissão a um tratamento agressivo, longos períodos de internação, sofrimento e o medo da morte.
O diagnóstico precoce é fundamental para permitir um tratamento menos agressivo, com maiores possibilidades de cura e menos sequelas da doença ou do tratamento, seja ele clínico ou cirúrgico.
Os sintomas iniciais e os efeitos do tratamento podem causar desconforto, dor e algumas complicações que afetam o movimento corporal. O paciente pode apresentar, em alguma fase da evolução da doença ou do tratamento diminuição da força muscular, limitação da amplitude de movimento, alterações posturais e também no equilíbrio, na coordenação motora e na sensibilidade. Os longos períodos de internação e repouso no leito podem ainda promover o descondicionamento físico.
Quando realizamos uma avaliação logo após o diagnóstico, é possível ter uma noção de prováveis complicações ou sequelas. Então, podemos atuar de forma preventiva para minimizá-las. Nesse primeiro contato com o paciente e a família, é fundamental orientar sobre os objetivos da Fisioterapia e os cuidados que devem ter. Dependendo do diagnóstico, localização e tipo de tratamento (quimioterapia, radioterapia ou cirurgia), mesmo que não tenha limitações o paciente deve ser acompanhado regularmente.
Observamos na prática, como as crianças e adolescentes atendidos no Setor de Fisioterapia da Casa Durval Paiva se beneficiam da reabilitação precoce. Eles sãos mais ativos, participativos e retornam às atividades de rotina de forma mais rápida e natural.
Exercícios específicos e o estímulo para independência funcional são muito importantes para manutenção da integridade física do paciente. Em alguns casos é necessário ter uma conduta específica para minimizar a dor. Brincadeiras e jogos também não podem faltar. Além de ser um divertimento, o brincar é um fator motivador para as crianças. E uma criança motivada é mais participativa e colaborativa.
É muito gratificante contribuir com a adaptação de um paciente. Vê-lo alcançar os objetivos da reabilitação e chegar ao momento da alta. O paciente é totalmente reinserido no seu contexto e realidade, seja com ou sem limitações e sequelas.
Escrito por Cinthia Moreno – Fisioterapeuta – Crefito 83476-F.