“Eu tenho medo de voltar pra casa”: Impactos da vulnerabilidade social na vida de pacientes oncológicos

“Eu tenho medo de voltar pra casa”: Impactos da vulnerabilidade social na vida de pacientes oncológicos

“Eu tenho medo de voltar pra casa”: Impactos da vulnerabilidade social na vida de pacientes oncológicos

Keillha Israely 

Assistente Social – Casa Durval Paiva 

CRESS/RN 3592

O câncer é um doença que afeta todas as camadas sociais, não escolhe raça, idade, gênero, nem condições financeiras. O tratamento oncológico é algo que impacta, diretamente, a vida de pacientes, familiares, amigos e toda rede de apoio.

Com o diagnóstico da doença, inúmeras mudanças são acarretadas, a saber: exames, consultas, internações e isolamento social. Muitos pais se afastam do trabalho, para acompanhar de perto esse tratamento e, com isso, o impacto financeiro é inevitável, principalmente, o aumento de custos, com alimentação, medicamentos, dentre outras questões.

São desafios vivenciados por todas as famílias e, para além do câncer, existem outras vulnerabilidades sociais, relacionadas ao acesso precário ou até mesmo falta de acesso à alimentação, condições dignas de moradia e medicamentos. Enfim, trata-se de uma realidade vivenciada por muitos pacientes em tratamento oncológico e suas famílias.

“Eu tenho medo de voltar pra casa”, essa frase pode até causar estranheza, ao ser ouvida sem ser contextualizada. Porém, a partir do momento que apreendemos as diversas nuances da realidade vivida por essas famílias, em situação de vulnerabilidade social, ela se torna mais que compreensível. Afinal, depois de dias e até meses, internados num hospital ou numa casa de apoio, com acesso a alimentação, hospedagem, medicamentos, apoio psicossocial, voltar para uma casa sem nenhuma estrutura física, sem alimentos, sem nenhum apoio é assustador.

Nesse momento, o suporte social e a articulação com a rede socioassistencial (Secretarias Municipais de Assistência Social e Saúde), onde os pacientes residem, é fundamental, pois é promovida uma verdadeira “força tarefa”, para oferecer o necessário para o paciente e sua família. Enquanto instituição, a Casa Durval Paiva oferece esse suporte e intermediamos todo esse processo de articulação, mas trata-se de um trabalho realizado de forma conjunta.