Fisioterapia e manejo da dor em crianças e adolescentes com câncer

Fisioterapia e manejo da dor em crianças e adolescentes com câncer

Fisioterapia e manejo da dor em crianças e adolescentes com câncer

A Associação Internacional para o Estudo da Dor define dor como uma “experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada à lesão real ou potencial dos tecidos. Cada indivíduo aprende a utilizar esse termo através das suas experiências anteriores”. Assim, entendemos a dor como um fenômeno individual, complexo e multifatorial. Para sua avaliação é preciso considerar os aspectos físicos, emocionais, sociais e espirituais.

Estudos mostram que a dor está presente em vários estágios do câncer, sendo observada no momento do diagnóstico e em cerca de 70 a 90% dos pacientes em estágios avançados. A dor do câncer pode ser devida ao tumor primário ou suas metástases, ao tratamento e aos métodos de investigação, podendo causar prejuízos funcionais, como a restrição ao leito com as suas consequências (comprometimento da amplitude de movimento, do condicionamento físico, da força muscular e da flexibilidade) e a diminuição do convívio social e do lazer.

Apesar de ser subjetiva, é possível avaliar a dor através do relato da sensação do paciente e mensurá-la através de instrumentos (questionários) e escalas. A escala numérica é utilizada para mensurar a intensidade da dor que varia de 0 a 10, onde o 0 corresponde a ausência de dor e 10 a uma dor intensa, insuportável. Para crianças, pode-se utilizar uma escala com expressões faciais para que ela identifique a expressão que melhor lhe representa quando está com dor.

Alguns recursos fisioterapêuticos desempenham um papel importante no controle e diminuição da dor, como podemos observar no atendimento do setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva. A estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS) é uma das modalidades utilizadas para este fim. A corrente elétrica produzida consegue impedir que as mensagens de dor sejam transmitidas ao cérebro, o alívio pode durar algumas horas e pode ainda reduzir de forma significativa a quantidade de analgésicos e, consequentemente, seus efeitos colaterais.

Outra modalidade utilizada é a aplicação local de calor ou frio (compressas de gelo). O calor aumenta o fluxo sanguíneo e relaxa a musculatura. Já o frio diminui o fluxo sanguíneo, o inchaço e reduz a velocidade de condução do nervo que leva os estímulos de dor ao cérebro. Técnicas de massagem podem ser utilizadas para promover relaxamento muscular e conforto. Todos os recursos para diminuir a dor são utilizados também nos cuidados paliativos, onde o objetivo principal é promover conforto e qualidade de vida. Vale ressaltar que a escolha do recurso deve ser individualizada, considerando as características e condições de cada paciente. Orientar o paciente e os responsáveis a tomarem medidas preventivas para que não tenham piora do quadro doloroso é outro fator importante.

É fundamental que os profissionais envolvidos no tratamento e reabilitação dos pacientes sejam capacitados e tenham um bom relacionamento com os mesmos e suas famílias para compreender suas queixas e tomar as medidas necessárias.

Por Cinthia Moreno

Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva

CREFITO 83476-F