Fisioterapia na assistência ao paciente com tumor de sistema nervoso central

Fisioterapia na assistência ao paciente com tumor de sistema nervoso central

Fisioterapia na assistência ao paciente com tumor de sistema nervoso central

Cinthia Moreno 

Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva

CREFITO 83476-F

Os tumores do sistema nervoso central (SNC) são o grupo de tumores sólidos mais frequentes em crianças, correspondendo a 20% de todas as neoplasias na infância, ou seja, uma em cada 5 crianças com câncer tem tumor de SNC, sendo mais incidente na faixa etária entre um e quatro anos de idade. Tumores cerebrais representam a causa mais comum de morte dentre todos os tipos de cânceres que ocorrem na infância.

O tratamento dos tumores de SNC em crianças é baseado em uma combinação de cirurgia, quimioterapia e radioterapia. A cirurgia normalmente é o primeiro passo e a escolha do tratamento pós-operatório vai depender do tipo de tumor e sua sensibilidade à quimioterapia e à radioterapia.

Nos últimos anos a sobrevida de pacientes com tumores de SNC vem aumentando, seja pelo diagnóstico precoce ou pelos tratamentos. Mas apesar dos avanços, os pacientes podem ter sequelas físicas, cognitivas, neurológicas e endócrinas.

A atuação da fisioterapia deve iniciar desde o momento do diagnóstico, pois o paciente pode apresentar dor, diminuição de força muscular, alteração na sensibilidade (dormência), déficit de equilíbrio e de coordenação. Além de proporcionar alívio dos sintomas, o fisioterapeuta deve ter como objetivo manter o movimento articular e a força muscular, manter ou melhorar o equilíbrio e a coordenação motora. Para isso são realizados exercícios de alongamento, exercícios passivos e ativos, exercícios resistidos para melhora da força e vários tipos de brinquedos e brincadeiras para estimular a melhora do equilíbrio e da coordenação.

Observamos junto aos pacientes assistidos no setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva que durante todo o período de tratamento (quimioterapia e radioterapia) é importante respeitar as condições e tolerância do paciente aos exercícios nessa fase. Outro fator importante é valorizar as capacidades do paciente e estimular sua independência. Por exemplo, se o paciente tem dificuldade para andar sozinho, mas consegue comer sem ajuda, a mãe deve ser orientada a auxiliar na caminhada e não dar comida na boca do filho.

A assistência ao paciente com tumor de SNC deve ser integral, com equipe multidisciplinar, com o foco na qualidade de vida durante todo o processo e sua reinserção social ao final do tratamento, voltando para escola, para as atividades de sua rotina, tendo momentos de lazer com amigos e familiares.