A dor é considerada um dos sintomas mais frequentes nas neoplasias, sendo também o mais temido pelos pacientes oncológicos. Caracteriza-se por ser complexa e pode resultar de vários fatores, tais como: envolvimento direto do tumor, invasão óssea, invasão ou compressão de estruturas neurais, compressão e/ou invasão de tecidos moles, obstrução vascular, etc. A dor oncológica também pode ser atribuída ao diagnóstico e aos procedimentos terapêuticos empregados no combate às células tumorais. É o caso da dor pós-operatória, dos efeitos provenientes pós-radioterapia e/ou quimioterapia e outros procedimentos comuns como as punções, biópsias e aspiração da medula óssea.
Estima-se que 10% a 15% dos doentes de câncer apresentam dor de intensidade significativa nos casos de doença inicial. Com o aparecimento de metástases, a incidência aumenta para 25% a 30% e nas fases muito avançadas da enfermidade, 60% a 90% dos pacientes referem dor de intensidade bastante expressiva.
Comumente, na presença da dor oncológica, os pacientes reduzem a sua movimentação física como um todo, ocasionando um comprometimento gradual do condicionamento físico, da força muscular, da flexibilidade e da capacidade aeróbica, levando-o à chamada síndrome da imobilização, a qual compromete a coordenação motora, reduz a amplitude de movimento articular e acarreta retrações nos músculos e tendões.
Existe um conceito popular de que a dor no câncer é terrível e incontrolável. Embora este temor tenha fundamento, é possível reduzi-la, significativamente, com avaliação e tratamentos adequados. O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental diante deste quadro, visto que tende a permanecer muito tempo junto ao paciente, portanto, tem a oportunidade de contribuir para aliviar essa sintomatologia e aumentar seu conforto, pois a fisioterapia irá auxiliar na restauração e na melhora do desempenho funcional dos segmentos acometidos pela dor desenvolvendo movimento, força e trofismo muscular, prevenindo a imobilidade no leito e devolvendo a amplitude de movimento articular destes pacientes.
Embora não exista um método totalmente adequado de avaliação da dor, visto que não se consegue mensurar aspectos sensitivos e afetivos, o fisioterapeuta pode fazer uso de escalas visuais, as quais são empregadas utilizando palavras ou símbolos que facilitam a compreensão. Um exemplo bem comum é a escala numérica, na qual existe uma graduação que vai de 0 a 10, onde pede-se ao paciente que atribua uma nota equivalente à sua dor.
A Casa Durval Paiva dispõe de um setor de fisioterapia próprio, onde são oferecidas aos seus pacientes diversas técnicas para controle da dor, tais como: a eletroterapia, o calor e/ou frio local, técnicas de massagem e relaxamento e até mesmo exercícios físicos realizados sob rigorosa supervisão e orientação profissional qualificada.
Já está cientificamente comprovado que todos esses recursos mencionados auxiliam na diminuição de drogas medicamentosas para o controle da dor, principalmente o uso da morfina. Na prática diária do setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva, a diminuição na percepção álgica (dor) nos pacientes já é uma realidade constatada, e isso geralmente é feito através do simples uso das escalas numéricas e/ou visuais.
Escrito por Roberta Carvalho da Rocha.