Quando se fala em doença, seja ela qual for o diagnóstico precoce é muito importante. Em se tratando de câncer infantojuvenil, esse cuidado não é diferente e tem grande influência na evolução do quadro clínico do paciente. Mas, é justamente esse um fator ainda preocupante, o diagnóstico e o encaminhamento do paciente em tempo hábil para os centros de tratamento.
Dentre as dificuldades no que se refere ao diagnóstico, uma delas é que o câncer infantil pode ser confundido com doenças comuns da infância, pelo fato dos sinais e sintomas não serem específicos. Nesse caso, para um diagnóstico efetivo é necessário analisar um conjunto de fatores, como a atenção da família à criança, observar as queixas e considerá-las como algo relevante, que determine à procura por atendimento médico, assim como, a perspicácia desse profissional em avaliar e incluir o câncer na sua hipótese diagnóstica, a fim de iniciar os exames que auxiliam no diagnóstico.
Entre os sinais e sintomas relacionados ao câncer pediátrico estão: dores ósseas e articulares, emagrecimento, febre, sangramentos, fraqueza persistente e sem explicação, vômitos progressivos, anemia, cefaléia, transtornos na visão, aumento de volume abdominal ou tumores pelo corpo.
É percebido que para um tratamento completo, é fundamental que exista uma equipe multidisciplinar preparada para atender às necessidades do paciente e de seus acompanhantes, com um olhar voltado para a humanização, que proporcione além do acolhimento, orientações e reabilitação de acordo com sua necessidade.
Dentre os profissionais que compõem essa equipe está o terapeuta ocupacional, que trabalha de forma ampla na reabilitação física, funcional, cognitiva, social e psíquica através de atividades recreativas, expressivas, lúdicas, com intervenções no aspecto escolar e escuta, contribuindo para a recuperação do paciente.
Essa intervenção compreende a existência de alterações na rotina das atividades diárias e percebe que algumas tarefas antes consideradas simples, devido ao tratamento, patologia e ao grau de comprometimento, passam a ser executadas com determinada dificuldade, como por exemplo: tomar banho e se alimentar sozinho. Esses pacientes podem ter as necessidades supridas com o trabalho desenvolvido pelo terapeuta ocupacional, visto ser o profissional que busca retomar a autonomia e a independência do paciente, considerando sua singularidade e todos os aspectos que fazem parte de uma vida com qualidade, proporcionando autoestima, autoconfiança, com o objetivo de preparar o paciente para o retorno à rotina e convívio social.
É importante considerar que o diagnóstico precoce beneficia o paciente, quando se fala em comprometimento do seu quadro clínico, que se apresenta pela própria patologia ou até mesmo pelo tratamento, que pode vir a ser prejudicado nos aspectos: motores, cognitivos, sociais e emocionais, sendo possível alcançar maiores resultados na perspectiva da terapia ocupacional.
Vale ressaltar que todos nós estamos juntos no que se refere ao processo do diagnóstico precoce, e que as pessoas que tenham contato frequente com crianças, estejam atentas aos sinais e sintomas do câncer infantil, como: pais, familiares, vizinhos, professores, dentre outros e que, quanto antes houver intervenção, maiores serão as chances de cura e grandes as possibilidades de salvar a vida de uma criança.
Escrito por Lady Kelly Farias da Silva – Terapeuta Ocupacional – Crefito 14295-TO.