Considerando que a descoberta da doença não afeta apenas a criança/adolescente enfermo, mas todo o núcleo familiar, modificando o cotidiano, exigindo reorganização na instituição familiar diante das novas atividades, dos cuidados necessários que a doença e o tratamento demandam, a inclusão da família nesse processo é extremamente importante.

Em virtude das mudanças na rotina diária a partir do diagnóstico, a família é peça fundamental, uma vez que a recuperação não se restringe apenas as modalidades terapêuticas, mas também ao suporte familiar dado ao paciente.

Muitas famílias enfrentam dificuldades para lidar com a doença do filho, que causa sofrimento e alterações em toda estrutura familiar. A precariedade das condições sociais, econômicas e culturais das famílias amplia a vulnerabilidade social imposta pela doença.

É de suma importância a família assumir seu papel enquanto grupo de pessoas que convive unido por laços de compromissos com responsabilidades mútuas, envolvendo-se no processo de recuperação da criança/adolescente diagnosticado com câncer, que é longo e inclui diversos procedimentos como: cirurgias e sessões de quimioterapia e radioterapia, métodos que podem levar o paciente a ficar abatido, necessitando de apoio e aconchego familiar.

A construção de espaços para a participação da família se torna fundamental na vida do paciente, uma vez que proporciona suporte na superação de situações adversas ao tratamento, criando e recriando um ambiente de acolhimento, apoio e suporte na perspectiva de proporcionar assistência integral e de qualidade a criança/adolescente com câncer.

O apoio proveniente da estrutura familiar contribui para uma melhor resposta ao tratamento, fortalecendo os vínculos familiares e reafirmando a família enquanto instituição composta de valores e princípios norteadores da sociedade.

Diante disso, pesquisas apontam que acompanhar o processo de recuperação da criança com câncer possibilita à família vivenciar momentos de otimismo e esperança, permeados de ameaças de perda. Nesse contexto, a Casa Durval Paiva através da equipe multidisciplinar, tem papel fundamental no acompanhamento e suporte das crianças/adolescentes oncológicos, uma vez que proporciona apoio necessário ao longo de todo o tratamento, contribuindo para o resgate da cidadania, dignidade e qualidade de vida.

A equipe multidisciplinar da Casa de apoio é composta por assistentes sociais, médica oncologista, psicóloga, terapeuta ocupacional, nutricionista, fisioterapeuta, farmacêutica e pedagoga. São oferecidos atendimentos aos pacientes e acompanhantes, atuando de modo complementar ao tratamento hospitalar. Assim, a Casa se configura como base de apoio aos familiares, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

A inclusão da família somando-se ao acompanhamento da equipe multidisciplinar é imprescindível para o êxito do tratamento oncológico, minimizando assim conflitos e perdas.

Escrito por Cícera Katiucia da Silva – Assistente Social – CRESS/RN 3595.