Irmãos que doam vida através do transplante de medula óssea

Irmãos que doam vida através do transplante de medula óssea

Irmãos que doam vida através do transplante de medula óssea

Keillha Israely 

Assistente Social – Casa Durval Paiva 

CRESS/RN 3592

Receber o diagnóstico de câncer é algo devastador para qualquer pessoa e que afeta também toda família. A rotina é alterada, pois inicia-se uma verdadeira maratona de exames, consultas e internações, com períodos longe de casa e do convívio com amigos, vizinhos, etc. O período de tratamento é longo, tudo depende do tipo de diagnóstico e das respostas que o paciente vai apresentando. A cura é almejada durante todo tratamento.

Entretanto, existem momentos de agravamento ou até mesmo, recidiva (retorno) da doença, que trazem outros medos e anseios, que precisam de respostas para enfretamento do câncer e o transplante é uma dessas respostas, muitas vezes, é a única opção para o paciente.

O transplante de medula óssea, de acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer – INCA, é um tipo de tratamento proposto para algumas doenças, que afetam as células do sangue, como as leucemias e os linfomas, e consiste na substituição de uma medula óssea doente por células saudáveis de outra medula óssea compatível, com o objetivo de reconstituição de uma medula saudável.

Existem algumas modalidades de transplante, onde a medula vem do próprio paciente ou de algum doador, que necessita ser compatível. Trata-se de um processo árduo, com internações e quimioterapias pesadas, mas é como se fosse uma luz no fim do túnel, pois, pode significar a cura para o paciente.

As famílias, que vivenciam tal contexto, enfrentam diversos desafios e necessitam de todo suporte multidisciplinar, no hospital e para além dele. Recentemente, na Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva, um adolescente com 12 anos de idade e diagnóstico de leucemia, com 2 recaídas da doença, estava tentando, há meses, realizar o transplante. Porém, enfrentou diversos entraves, como recidiva da leucemia, covid-19, infecção por fungos, dentre outras situações. Entretanto, após alguns meses e tentativas, recebeu a tão sonhada medula saudável, doada por sua única irmã, a qual apresentou o maior índice de compatibilidade e, através desse gesto de amor, pode dar uma nova chance de vida para o irmão.

Ao longo de todo o processo, a família foi acompanhada pela equipe multidisciplinar do hospital e da Casa Durval Paiva, pois tratou-se de uma situação delicada, envolvendo muitos atores, como o paciente, a doadora, os pais e a rede de apoio. Esse cuidado se estenderá por muito tempo, diante da atenção especial que esse paciente requer, no que tange aos aspectos social, emocional, nutricional e escolar, pois é como se sua vida recomeçasse.