A história de vida de Jhonns Phyllippe, paciente curado da Casa Durval Paiva, perpassa não só pela conquista da cura do câncer infantojuvenil mas também pela descoberta e amor pelos estudos, um legado que ele conquistou para ele e para a sua família.
Diagnosticado com um Linfoma de Burkitt no abdômen o pequeno Jhonns foi submetido a um tratamento oncológico longo e doloroso, até que Cleide, sua mãe, conheceu a Casa Durval Paiva. Foi onde ela encontrou quem pudesse ajudar a caminhar com orientação, atenção e solidariedade.
Inicialmente, a doença foi confundida com uma infecção intestinal e, apesar de tomar medicamentos, não havia melhora. Cleide, perseverou na investigação e, após vários exames, foi diagnosticado o tumor, com encaminhamento sendo feito para o hospital de referência no tratamento do câncer. Jhonns precisou de uma alimentação parenteral e após muitas idas e vindas, Cleide foi recomendada a procurar a Casa Durval Paiva.
Desde a entrada até o fim do tratamento Cleide sentiu-se acolhida. A Casa realmente se preocupava com Jhonns e sua família. Foram três meses no hospital sem ir em casa, um ano de tratamento. Nesse período, como Jhonns estava afastado da escola, frequentou a classe domiciliar da Durval Paiva, onde foi alfabetizado e participou de um concurso de redação da UNICEF, ficando em primeiro lugar. A premiação foi uma televisão. Quando o garoto voltou à escola de origem já estava muito adiantado, sendo então encaminhado para a primeira série.
Na pré-adolescência, Jhonns teve uma recaída, dessa vez no pulmão, fez sessões de radioterapia, com êxito no tratamento. Aos 14 anos apareceram nódulos nas glândulas salivares, mais uma vez, o diagnóstico precoce foi imprescindível para a obtenção da cura.
Recentemente, Jhonns Phyllippe voltou a Casa Durval Paiva no reencontro dos pacientes curados, celebrando os 23 anos da instituição e pode relatar o papel fundamental que a Casa teve em sua vida, contribuindo para o seu crescimento com apoio ao tratamento e estudos. “Hoje com 22 anos estou cursando tecnologia da informação na UFRN. Através de meu incentivo, minha mãe voltou a estudar e se formou em gestão ambiental e minha irmã está terminando o curso de jornalismo. Acredito que o trabalho da Casa sempre vem abrindo portas e chances para que mais e mais crianças continuem vencendo na luta contra o câncer e na vida, assim como aconteceu comigo. Aqui todos estão juntos, nos momentos difíceis e alegres. É isso que a Casa representa: a união, o conjunto de emoções, tanto na tristeza como na felicidade”, enfatiza.
O exemplo de Jhonns demonstra que é possível vencer o câncer e crescer, com força de vontade e aproveitando as oportunidades que a vida proporciona, mesmo em meio às adversidades aparentemente intransponíveis.