Me chamo Manoel Patrício e sou paciente da Casa de Apoio à Criança com Câncer Durval Paiva. Tenho 20 anos e fui diagnosticado com leucemia, aos 9 anos, quando comecei a sentir dores, febre alta e apresentar manchas na pele. Na minha cidade, não era possível o diagnóstico com precisão, por isso, depois de algum tempo indo diariamente ao médico, eu foi encaminhado para caicó, onde passei alguns dias internado, antes de ser encaminhado para Natal.
Fui diagnosticado na Policlínica, depois de alguns meses internado, já dando início ao tratamento. Quando tive alta, conheci a casa Durval Paiva e fui acolhido pela instituição, onde fui muito bem atendido. Fiz uma avaliação com toda a equipe de profissionais: Pedagoga, nutricionista, fisioterapeuta, dentista, psicóloga e outros. Participei de vários projetos e oficinas educativas, que me ajudaram muito, durante o tratamento, também, conheci o professor de desenhos Ricardo Tinoco e comecei a ir todas as terças ao ateliê de desenhos. A cada 15 dias, tinha o recanto cultural, onde tive a oportunidade de conhecer vários outros artistas e profissionais de várias outras áreas.
Depois de quase 5 anos, quando eu estava em manutenção do tratamento, prestes a terminar, comecei a sentir dores novamente, depois de um tempo, descobri que tinha recaído. Mais uma vez, veio a importância da Casa Durval Paiva, iniciei o tratamento outra vez e fui muito bem atendido, com todo o suporte.
Mais ou menos 2 anos depois, fui encaminhado para fazer um Transplante de Medula Óssea (TMO), durante esse tempo, foi uma correria de consultas, exames e a Casa sempre me dando todo o suporte necessário, com alimentação, hospedagem, transporte, medicamentos, suplementos e tudo mais. Depois da internação, voltei a CDP, onde passei mais de 100 dias isolado, tendo contato apenas com minha mãe.
Durante esse tempo de isolamento, a Casa Durval Paiva reformou a minha casa e construiu um quarto com banheiro, buscando melhorar as minhas condições de recuperação. Nesse isolamento, voltei a fazer alguns desenhos e comecei a mandar fotos para Ricardo, assim, voltei a desenhar de novo. Durante a pandemia, continuei algumas atividades, de forma remota, como a aulas de robótica, onde tive aulas de programação e aprendi como criar um site.
Hoje, depois de 5 anos do transplante, terminei o tratamento na Policlínica e trabalho com encomendas de desenhos. A Casa Durval Paiva foi e ainda é muito importante para mim, graças a todo o acolhimento e atenção de funcionários, voluntários, doadores, pacientes e acompanhantes.
Todos esses anos, minha mãe foi uma verdadeira guerreira, me acompanhando e me ajudando a superar cada barreira, me dando forças. Obrigado a todos que fazem a Casa Durval Paiva.