O nosso dia a dia está cada vez mais acelerado. As pessoas buscam otimizar o tempo, porque “tempo é dinheiro”, valoriza-se a praticidade e assim os recados são instantâneos, os pagamentos são feitos via internet, as fotos chegam em um piscar de olhos para todos os amigos de uma rede social, e a sociedade caminha não se sabe bem para onde, mas até que se sabe como: cada vez mais rápido.
E em meio a isso tudo, um grupo de pessoas aparece com vontade de mudar, de construir, de ajudar. Mudar realidades, construir coisas boas, ajudar pessoas: os voluntários. Eles têm a grande capacidade de olhar para o lado, olhar para o outro, enquanto a massa olha para frente, porque olhar para o lado, pode ser perda de tempo. É, dinheiro eles não ganham, e isto está na Lei. Mas, tudo indica que a solidariedade e o altruísmo tragam na sua bagagem ganhos subjetivos e emocionais incalculáveis, porque vão além do concreto, do palpável, do digamos, expresso em números.
Certa vez um voluntário da Durval Paiva discorreu em uma reunião sobre a importância de ser voluntário na sua vida. O fato é que ele comoveu a todos os participantes ao falar que o trabalho não só faz com que ele se sinta útil, mas também com que ele ocupe seu tempo com os outros e para os outros, e isso renova suas energias diariamente: “minha vida sem estar aqui ajudando não tem sentido” ressaltou. E não tem fórmula mágica, o voluntariado é capaz de fazer com que uma pessoa se sinta bem e ainda contribua para melhorar a sua saúde física, mental e emocional.
Diversos estudos sobre os benefícios proporcionados pelo altruísmo do trabalho voluntário indicam uma clara relação de causa e efeito entre ajudar os outros e ter boa saúde. E esta relação funciona da seguinte forma: a realização deste tipo de tarefa provoca o aumento da sensação de bem-estar e, consequentemente, apresenta uma redução nos níveis de estresse e maior equilíbrio emocional. O simples ato de pensar em fazer o bem já ativa o sistema de recompensa do cérebro e libera uma substância envolvida na sensação de bem-estar, a dopamina.
E assim, constatamos que o voluntário que ingressa na instituição, é aquele que se identifica com a causa do câncer infanto juvenil e que, é claro, pretende ajudar no que for preciso dentro das atividades desenvolvidas em prol do paciente e sua família. Mas, muitas vezes, o voluntário nem percebe que está ganhando uma satisfação inexplicável por estar fazendo o bem.
Embora saibamos que o voluntário é uma pessoa comum que trabalha, estuda, tem família, amigos, contas a pagar, a diferença está no fato dele acreditar que ainda assim pode contribuir com uma tarefa ou atividade em que esteja ajudando o próximo e, com isso, também ganhar qualidade de vida, saúde, bem-estar, experiência, novas amizades, abraços de gratidão, entre tantos outros benefícios. Que sirvam de exemplo para muitos que ainda esperam algum estímulo para iniciarem suas atividades solidárias.
Escrito por Julliana Macêdo.