A palavra multidisciplinar significa reunir várias disciplinas em busca de um objetivo final, tendo a palavra multi como origem latina (multis) que quer dizer múltiplo, aquilo que abrange vários fatores, e a palavra disciplina partindo do sentido pedagógico, um determinado campo do conhecimento, isto é, a junção de vários profissionais especializados em diversas áreas, que trabalham em equipe em prol de uma finalidade comum, que, neste caso, diz respeito ao paciente e sua família.
O serviço social trabalha construindo a ponte entre a família e a equipe, por ser um profissional que tem como objeto de trabalho as questões sociais, que são expressas e mais evidenciadas quando se trata de um diagnóstico de neoplasia em crianças, pois acarretará na fragilidade das relações sociais, econômicas e psicológicas das famílias, devido a um dos membros precisar se ausentar de casa e/ou do trabalho para dá início ao tratamento, que comumente é realizado em longo prazo.
A equipe multidisciplinar empenha-se dia a dia e se preocupa em oferecer uma melhor qualidade de vida e otimização das relações sociais em um momento de tribulação em que o paciente e a família mais necessitam. Nesse contexto, é inevitável a percepção da sobrecarga de informações, idas e vindas ao hospital, reações adversas ao tratamento que, por fim, provocam estresse e ansiedade para que tudo passe e acabe o mais rápido possível. É preciso reafirmar a importância do assistente social intervir como um mediador entre a equipe e a família que, nesse caso, irá compartilhar todas as informações necessárias sobre conflitos, vulnerabilidade social, desestrutura familiar e socioeconômica com a equipe que, a partir dessas informações, irá buscar minimizar as necessidades e anseios existentes, através dos instrumentais utilizados por cada profissional.
O assistente social é caracterizado por ter um olhar crítico intencional no trabalho social e por ser conhecedor de seu papel, contribui para que ofício com a equipe multidisciplinar seja efetivado, pois é necessário que todos caminhem na mesma direção, com um olhar amplo da situação, conhecendo a realidade de cada família e paciente que vise uma melhor qualidade de vida para todos.
É importante destacar que o trabalho em equipe não é fácil, depende de várias reuniões, rodas de conversa com as famílias para ter conhecimento de suas especificidades, anseios, medos, dúvidas, dificuldades e, de acordo com a individualidade de cada grupo familiar, agir frente as suas demandas e desdobramentos, possuindo um norte para as ações que serão desenvolvidas pela equipe com comprometimento profissional, em relação à qualidade dos serviços prestados. Convém observar que, acima de tudo, estamos lidando com pessoas que estão passando por momentos de dificuldade, subdivididas por diversos aspectos e encontram-se fragilizadas, necessitando de um suporte técnico que as cuide como sujeitos de direitos garantidos pela legislação e fazendo com que estes sejam efetivados.
Larissa Gregório Rocha
Assistente Social – Casa Durval Paiva
CRESS/RN 4793