Uma criança ou adolescente com diagnóstico de câncer pode ter o desempenho muscular comprometido. Isso resulta em diminuição da força muscular, da resistência à fadiga e da potência muscular. Esses aspectos ficam alterados em decorrência da evolução da doença, do tamanho e localização do tumor, do tipo de tratamento e das condições clínicas individuais.
O paciente deve ser examinado pelo fisioterapeuta, que é o profissional competente para prescrever exercícios terapêuticos que têm como objetivos tratar ou prevenir deficiências; melhorar, restaurar ou potencializar a função física; prevenir ou reduzir fatores de risco ligados à saúde; melhorar o estado de saúde geral, seu preparo físico ou sensação de bem-estar.
Para melhorar o desempenho muscular, são realizados exercícios contra resistência, que pode ser manual (o fisioterapeuta cria resistência com a própria mão) ou mecânica (pesos livres como halter ou tornozeleira e faixa elástica). A intensidade dos exercícios, realizados com crianças e adolescentes com câncer, deve ser baixa e a frequência, de duas a três vezes por semana. Durante o tratamento de quimioterapia é preciso verificar com frequência o hemograma, para que os exercícios estejam de acordo com as condições clínicas do paciente e não cause prejuízo ou complicações.
A intensidade (carga) do exercício, número de repetições e séries, velocidade de contração muscular, intervalo/repouso entre as sessões, modo do exercício devem ser determinados de forma individual. Isso acontece rotineiramente no setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva. Após exame e avaliação, os objetivos da conduta são traçados de acordo com o diagnóstico e tratamento clínico, respeitando as características de cada paciente. É importante que as metas do fisioterapeuta estejam de acordo com as do paciente. O que o paciente espera melhorar? O que ele deseja (voltar a) fazer? Essas perguntas ajudam a definir os objetivos principais.
Antes de iniciar qualquer tipo de exercício é fundamental explicar e demonstrar para a criança ou adolescente como o movimento deve ser realizado. O fisioterapeuta deve ficar atento para corrigir movimentos compensatórios e ajustar o exercício caso haja sinais de esforço excessivo ou dor.
Outro fator importante é se comunicar de forma clara e objetiva não só com o paciente, mas com seus pais ou responsáveis. A compreensão dos objetivos de cada exercício transmite segurança e contribui para que o paciente se sinta estimulado, confiante e participe ativamente de cada etapa do processo de reabilitação.
Por Cinthia Moreno
Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva
CREFITO 83476-F