Baseados em suas experiências anteriores e algumas tradições, as pessoas criam conceitos e perspectivas sobre determinado assunto. Isso não é diferente na fisioterapia. Além de atuar na reabilitação, o fisioterapeuta atua informando o paciente e também sua família, esclarecendo sobre técnicas e procedimentos, sobre a capacidade funcional e sobre o que o paciente pode ou não fazer. Isso ajuda em todo o processo da recuperação da função ou da manutenção da integridade física.
Muitas vezes, o paciente se limita a determinadas atividades, mesmo com capacidade de realiza-las, porque acredita que vai doer ou vai se prejudicar de alguma forma. Já outros esperam pela dor, pois “se doer, está fazendo efeito”. Técnicas de alongamento e exercício resistido não devem causar dor, principalmente em crianças e adolescentes. O limite do paciente deve ser respeitado sempre.
O uso do gelo como analgésico é bem popular. Praticamente todas as pessoas quando presenciam a queda de uma criança dizem “vou colocar gelo”. O gelo é realmente um recurso analgésico e anti-inflamatório que é muito utilizado na fisioterapia. A crioterapia (uso de compressas de gelo) é utilizada principalmente em casos de inflamação aguda e para aliviar desconforto após exercício intenso. A sua aplicação é simples e é um recurso barato que o paciente pode fazer em casa facilmente.
Quando não há possibilidade terapêutica de cura para o paciente, ele é submetido aos cuidados paliativos. Mesmo com muitas informações, alguns ainda acham que “não há mais o que fazer”. Nesse caso, será feito de tudo, ou seja, todos os recursos possíveis para promover conforto, bem estar e independência ao paciente devem ser utilizados.
Orientações constantes fazem parte da rotina de atendimentos do setor de fisioterapia da Casa Durval Paiva. O paciente e o acompanhante são informados sobre toda a conduta no setor e sobre os cuidados que devem ter em casa. Algumas mães, por medo e proteção exagerada, impedem o filho de atividades simples como brincar com outras crianças, correr e andar de bicicleta. “Ele vai cair!”. Se de fato não há risco de quedas e lesões graves, essas atividades devem ser estimuladas para contribuir com a recuperação e desenvolvimento da criança. O medo deve ser substituído pelo cuidado e supervisão. Assim a criança vai continuar sendo criança durante o tratamento.
Por Cinthia Moreno
Fisioterapeuta – Casa Durval Paiva
CREFITO 83476-F