Muito se fala, hoje em dia, sobre a prática do bem. Para alguns, fazer o bem é um ato louvável e de alguém de boa índole. Para outros, nem tanto. O fato é que fazer algo de bom, mais especificamente em prol de uma causa ou mesmo de outra pessoa, envolve uma motivação, e como o próprio nome diz, envolve o motivo e a ação. Mas, de onde será que vem o motivo?
Fazer a diferença pode ser um dos motivos. A sensação de realização por estar contribuindo de alguma forma para a melhoria da qualidade de vida de outrem faz algumas pessoas embarcarem e doarem seu tempo voluntariamente. Ter recebido atenção e carinho em momentos importantes de sua vida, também pode motivar pessoas a apoiarem, com seu trabalho, organizações sociais ou grupos que proporcionam aos que mais precisam, algo que receberam anteriormente, ao que podemos chamar de retribuição.
A possibilidade de influir na construção de uma sociedade mais justa motiva pessoas que acreditam ser responsabilidade de cada um participar da busca de soluções para as questões sociais.A isso, podemos chamar de fortalecimento da cidadania.
Podemos verificar no convívio com os voluntários da Casa Durval Paiva, que a motivação também pode ser entendida como o conjunto de fatores psicológicos, conscientes ou não, de ordem fisiológica, intelectual ou afetiva, que determinam um certo tipo de conduta em alguém.E a partir daí, o buscado motivo ganha um ar de complexidade.
Dentro de uma instituição como a Casa de Apoio a Criança com Câncer, você pode fazer o bem atuando como voluntário, mas também como colaborador, uma vez que a causa que circunda o ambiente é favorável para isso.
A motivação pode ser o desenvolvimento pessoal: adquirir experiências, desenvolver novas habilidades, estabelecer novos contatos, fazer novos amigos, buscar crescimento da autoestima, da habilidade de liderança e da autoconfiança. Existem muitas outras motivações, entre elas, querer sentir-se útil e descobrir um sentido na vida, ou usar melhor seu tempo livre.
Para alguns voluntários como P.C. (24 anos), ser voluntária é poder fazer o bem sem receber nada em troca, e poder contribuir com o serviço para o outro e se sentir gratificada por isso, por saber que está fazendo o certo. Ela abraçou a causa como estilo de vida há dois anos, motivada pela vontade de ajudar, e já trabalhou com as crianças em eventos, atualmente atua no setor de psicologia da Casa.
Em um olhar mais criterioso, podemos observar que para cada lugar que se ocupe no mundo, a opção em estar atuando de forma positiva vai estar sempre bem próxima. É uma questão de escolha.
Escrito por Julliana Macêdo – Psicóloga da Casa Durval Paiva.