Simone Norat Campos
Dentista – Casa Durval Paiva
CRO/RN 1784
O câncer é uma das principais causas de óbito em crianças e adolescentes em todo o mundo, aproximadamente 300.000 crianças, entre 1 a 19 anos, são diagnosticadas com câncer, a cada ano, no mundo e cerca de 12.000, no Brasil, conforme dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
O câncer infantojuvenil, ao contrário do câncer do adulto, não está relacionado à fatores ambientais ou ao estilo de vida e, por este motivo, não pode ser prevenido. Em países desenvolvidos, com alta renda, a cura acontece em mais de 80% dos pacientes pediátricos, mas em países subdesenvolvidos ou de baixa renda, apenas, 20% atingem a cura.
O diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil ainda é um desafio, os sinais e sintomas são inespecíficos, faz diagnóstico diferencial com outras doenças mais frequentes em pediatria e, por isso, muitas crianças/adolescentes chegam ao centro de tratamento em estágio avançado da doença.
O tratamento do câncer infantojuvenil se desenvolveu muito nas últimas quatro décadas, aumentando as chances de cura e sobrevida. Estima-se que 70% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas, se o diagnóstico for precoce e a doença tratada em centros especializados, porque, apesar do câncer infantojuvenil ter alta taxa de proliferação e caráter invasivo, ele apresenta melhor resposta ao tratamento, desde que, descoberto precocemente.
O dentista, dentro da equipe interdisciplinar da terapêutica oncológica, tem papel importante no diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Numa consulta odontológica, através de uma boa anamnese e de um exame clinico oral eficaz, o diagnóstico precoce pode ser realizado pelo dentista.
O paciente, que tem uma boa condição dentária, sem cáries, sem doença gengival, boa higiene bucal, mas que apresenta uma gengiva hiperplásica (aumentada de volume e sangrante), associado a hematomas pelo corpo, falta de disposição, dor nas articulações, pode-se suspeitar de uma leucemia. Deve-se, porém, ter muito cuidado ao falar com o paciente e/ou familiar para não assustar e sim encaminhar para um serviço especializado. O dentista não tem obrigação de diagnosticar, mas sim suspeitar e, com isso, acelerar o diagnóstico precoce.
Na Casa Durval Paiva, a campanha do diagnóstico precoce é bem massificada e trabalhada entre a equipe multidisciplinar, pois parte do princípio que, se diagnosticado o câncer precocemente, maior chance de cura, com menos sequelas.