Anna Crisllainy da Costa Monteiro
Odontopediatra – Casa Durval Paiva
CRO/RN 5213
O osteossarcoma é uma neoplasia maligna, caracterizada pela produção excessiva de tecido ósseo em determinada região do corpo. Os osteossarcomas representam 20% de todos os sarcomas, sendo gerados por alterações ósseas preexistentes, traumatismo local, osteogénese imperfeita, radiação prévia (para tratamento de lesões benignas), displasia fibrosa, doença de Paget do osso, entre outras. É um dos mais comuns tumores malignos primários do osso e acomete, principalmente, ossos longos (fémur, tíbia e úmero), sendo rara a sua ocorrência nos maxilares (6% dos casos).
A incidência anual de novos casos atinge 0,7 por milhão de pessoas, sendo a idade média de início na terceira e quarta década de vida. Ocorre com mais frequência em pacientes do gênero masculino e, quando acomete ossos maxilares, os sinais e sintomas mais comuns são dor, assimetria facial, tumefação do osso, abaulamento, deslocamento e mobilidade dos dentes, obstrução nasal e parestesia (sensação de formigamento, quando afeta algum nervo).
Quando surgem na mandíbula, afetam mais frequentemente a região posterior do corpo e no ramo horizontal, em vez do ramo ascendente. As lesões da maxila são descobertas mais comummente na porção inferior (rebordo alveolar, soalho dos seios maxilares, palato). O osteossarcoma faz diagnóstico diferencial com sarcoma de Ewing, displasia fibrosa óssea, osteomielites, condrossarcoma, metástase óssea, leiomiossarcoma e rabdomiossarcoma. Alguns autores relataram a transformação maligna da displasia fibrosa óssea, para osteossarcoma na região craniofacial.
O tratamento baseia-se na remoção cirúrgica da lesão, com margens de segurança, associado ou não à radioterapia e/ou quimioterapia. A utilização de radioterapia e/ou quimioterapia promove uma sobrevida a longo prazo de 45%, aproximadamente, podendo ser recomendada após a cirurgia do osteossarcoma na mandíbula. Alguns estudos sugerem a utilização da quimioterapia pré-operatória, tendo como finalidade facilitar a ressecção cirúrgica.
Apesar do osteossarcoma envolvendo ossos maxilares ser mais comum na terceira e na quarta década de vida, existem casos de adultos na segunda década de vida com a neoplasia, que precisam ser submetidos ao protocolo de tratamento infantil, por recomendação médica. Nesses casos, eles seguem o mesmo fluxo de tratamento que as crianças e adolescentes, sendo acolhidos pela Casa Durval Paiva.