A Anemia Falciforme é considerada um problema de saúde pública no Brasil. Ela é uma doença hereditária e mais comum em indivíduos da raça negra. É caracterizada pela alteração da forma dos glóbulos vermelhos do sangue, que ficam parecidos com uma foice, daí o nome da doença. Essa modificação no formato das células causa rupturas das mesmas (hemólise), trazendo diversas consequências e singularidade na saúde do portador da doença.
Em crianças e adolescentes falcemicos observa-se a aceleração do metabolismo, gerando uma demanda energética proteica aumentada, independente dos períodos de crise. Além disso, também se verifica déficit de estatura, peso e maturação esquelética neste público, o que torna o acompanhamento nutricional destes pacientes um fator de extrema necessidade.
Estudos realizados com crianças e adolescentes portadores da doença falciforme, mostraram que, além do cuidado com a maior demanda metabólica, alguns micronutrientes devem receber mais atenção no momento do planejamento dietético, a fim de melhorar a qualidade de vida e saúde dos pacientes; dentre eles, estão o Zinco, diretamente relacionado ao crescimento e que pode ser encontrado em alimentos como: carne vermelha, semente de jerimum, castanha de caju, feijão carioca, amendoim, etc.; a Vitamina D e o Cálcio, relacionados à formação e maturação óssea, encontrados no leite e seus derivados, soja, couve, espinafre, quiabo, agrião, etc.; a Vitamina A, importante no fortalecimento da imunidade, tendo suas fontes nos alimentos vermelho alaranjados como tomate, cenoura, mamão, jerimum, além de ovos, fígado, espinafre, etc.; e Vitaminas do complexo B (B6 e B12), que participam do processo da formação das células sanguíneas e que podem ser encontradas em carnes vermelhas, fígado, carne de aves, ovos, leite e seus derivados e também no gérmen de trigo.
No entanto, com alguns nutrientes e, principalmente, em períodos de crise da doença, apenas a alimentação não se faz suficiente para suprir a necessidade diária, sendo necessária uma suplementação nutricional. Desta forma, é importante manter o acompanhamento de rotina, para que possamos fazer a devida intervenção em momento oportuno, trazendo melhores resultados e qualidade de vida ao paciente.
Escrito por Priscylla Kelly Abrantes – Nutricionista – Casa Durval Paiva – CRN 14096.