A hemofilia é uma doença congênita (hereditária) caracterizada pela deficiência de uma proteína da coagulação do sangue. Acomete principalmente indivíduos do sexo masculino e pode ser dividida em dois tipos: A e B. Na Hemofilia A, ocorre deficiência do fator VIII, e na Hemofilia B, do fator IX. Em ambos os tipos as características de hereditariedade, o quadro clínico e a classificação são semelhantes.
A principal característica da hemofilia é a ocorrência de hemorragias (sangramentos) que podem ocorrer em qualquer lugar do corpo de forma espontânea ou devido a algum tipo de trauma. As hemorragias mais comuns se apresentam sob a forma de hematomas (manchas roxas na pele) e hemartroses (hemorragias dentro das articulações). Essas manifestações variam de acordo com o grau de deficiência do fator e surgem ainda na infância. As articulações que são mais acometidas por hemartroses são ombro, cotovelo, joelho e tornozelo.
Não existe cura para a hemofilia, mas a doença pode ser bem controlada com o uso de concentrados do fator deficiente e podem ser administrados de forma preventiva e também nos casos de hemorragias.
Além de prestar assistência a crianças e adolescentes, de 0 a 18 anos, com diagnóstico de câncer, a Casa Durval Paiva também dá suporte aos pacientes que têm diagnóstico de doenças hematológicas, como é o caso da hemofilia. Avaliamos no setor de fisioterapiaas crianças e adolescentes, através de métodos e técnicas específicas como: alongamento, condicionamento físico e fortalecimento muscular, uso de gelo e eletroanalgesia, com o objetivo de aliviar a dor, auxiliar na reabsorção da hemorragia, atuar sobre o processo inflamatório, melhorar a força muscular e a mobilidade articular, estimular a prática de atividade física que não ofereça riscos, melhorar a qualidade de vida e prevenir novas lesões e seqüelas. O tratamento é sempre individualizado de acordo com o quadro clínico apresentado pelo paciente.
É essencial também a educação das crianças e adolescentes, seus familiares e cuidadores para que estes adquiram um conhecimento adequado sobre a doença e possam identificar rapidamente os sinais e sintomas das hemorragias e, desta forma, se necessário, possam recorrer ao tratamento apropriado o mais rápido possível.
Crianças e adolescentes hemofílicos podem e devem ter uma boa qualidade de vida, inseridos nas atividades peculiares de sua idade na escola, e até participar de atividades e brincadeiras junto com os demais colegas, desde que estas ações não lhes ofereça riscos. A assistência ao paciente hemofílico não potencializa suas limitações, mas estimula seu potencial para se adaptar as circunstâncias e estar inserindo como indivíduo na sociedade.
Escrito por Cinthia Moreno – Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva.