Os tumores ósseos não estão entre os mais frequentes tumores pediátricos. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), eles representam apenas 5% dos casos. Mas os profissionais da saúde devem ter um olhar especial para a criança e o adolescente com diagnóstico de tumor ósseo, pois o tratamento usual é cirúrgico e as sequelas podem ser graves, variando de uma limitação na amplitude de movimento (ADM) articular até uma amputação (retirada parcial ou total de um membro).
Apesar de se observar uma crescente diminuição nos casos de amputação, algumas vezes ela se faz necessária dependendo do tipo, tamanho, localização, estágio da doença e condições gerais do paciente. O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de sobrevida e minimizar as sequelas.
A fisioterapia atua de forma precoce na fase pré-operatória, estimulando e orientando o paciente a caminhar com auxílio de muletas ou cadeira de rodas para evitar complicações, como por exemplo, uma fratura no local ou proximidade do tumor. O fortalecimento muscular dos membros sadios também é realizado precocemente para manutenção da força muscular e ADM. Após a cirurgia de amputação, são realizados exercícios de fortalecimento para o coto e treino de marcha com prótese, ou seja, o paciente vai treinar para caminhar com um dispositivo que vai substituir o membro.
É importante que, mesmo antes da cirurgia, o paciente e sua família tenham conhecimento das suas possibilidades. No atendimento de crianças e adolescentes da Casa Durval Paiva a Fisioterapia vai além da reabilitação de um comprometimento físico. Os pacientes são motivados a superar suas dificuldades e voltar à sua rotina o quanto antes. E como a maioria é oriunda do interior do estado, é fundamental a participação da família para que o paciente compareça regularmente e também faça os exercícios indicados em sua casa. Observamos na prática como a participação ativa da família contribui de forma positiva na reabilitação.
O profissional deve ter o foco também na qualidade de vida e reinserção social sabendo que em breve esse paciente vai voltar à escola e em um futuro próximo ser inserido no mercado de trabalho.
Escrito por Cinthia Moreno – Fisioterapeuta da Casa Durval Paiva.