De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) cerca de 3% dos indivíduos acometidos com câncer são crianças e adolescentes. Mesmo com uma incidência pequena, comparada com a de adultos, as queixas, sintomas e os efeitos do tratamento podem causar bastante debilidade e provocar alguns comprometimentos físicos, que dependem do tipo de tumor, seu local primário e o tratamento adotado.
Tais comprometimentos vão repercutir diretamente no desempenho de algumas atividades de vida diária, como andar, se vestir e se alimentar. As alterações mais comuns são a dor; a limitação do movimento das articulações; diminuição da força muscular; alterações na coordenação motora, equilíbrio, postura, padrão respiratório e condicionamento físico.
A fisioterapia é fundamental para o tratamento de reabilitação das crianças e adolescentes que apresentam comprometimentos físicos. Brincadeiras, jogos e exercícios (alongamento, fortalecimento, condicionamento físico, equilíbrio e coordenação motora) promovem diversão e a melhora desses pacientes.
A conduta deve ser totalmente individualizada respeitando a tolerância e as particularidades de cada paciente, que deve ser avaliado continuamente, pois, durante o tratamento de quimioterapia, alterações nas hemácias e plaquetas, por exemplo, podem repercutir diretamente no desempenho de suas atividades. O estado geral também merece atenção do fisioterapeuta, já que é comum, no tratamento agressivo ou doença avançada, a criança apresentar desnutrição energético-proteica. O que também vai repercutir no desempenho de suas atividades.
A avaliação e a terapia nutricional são fundamentais para o paciente que está desenvolvendo atividades, visando à manutenção da sua integridade física. É através do acompanhamento nutricional que se observa o estado nutricional do paciente, evitando desequilíbrios que possam prejudicar a evolução de sua reabilitação.
Os pacientes que apresentam graus severos de desnutrição apresentam depleção muscular e proteica e, portanto, maior perda de força, o que irá refletir negativamente na recuperação de sua capacidade funcional, bem como, deixar seu organismo mais susceptível às infecções oportunistas, pois sua imunidade estará fragilizada, além de pior regeneração de feridas e cicatrização.
Dessa forma, o plano alimentar que será desenvolvido para estes pacientes considerará questões relacionadas à aceitação e aversões alimentares, tipo de tumor, tratamento que está sendo realizado, e quais outras atuações profissionais serão beneficiadas se o paciente estiver com melhor estado de saúde. Na Casa Durval Paiva a equipe multiprofissional atua em conjunto, sempre pensando nos melhores resultados e recuperação dos pacientes.
A criança e o adolescente com câncer devem ser vistos de forma integral pelo olhar de cada integrante da equipe, para que dessa forma o tratamento clínico e de reabilitação tenham êxito e promovam também bem estar e qualidade de vida.
Priscylla Abrantes – Nutricionista CRN14096
Cinthia de Carvalho Moreno – Fisioterapeuta Crefito 83476-F
Casa Durval Paiva.